A licitação para a contratação de uma agência de publicidade em Cáceres pode reforçar uma denúncia contra a prefeita reeleita Eliene Liberato (PSB), que é acusada de abuso de poder político e econômico. A denúncia alega que a prefeita teria utilizado recursos públicos para financiar seu marketing de campanha. A empresa Gonçalves Cordeiro, que lidera a disputa pela licitação, tem a maior pontuação na fase final do processo.
A acusação foi feita pela coligação do ex-prefeito Francis Maris (PL) no ano passado, que alegou um possível "conluio" entre a empresa Criari Comunicação, o marqueteiro Cláudio Cordeiro e outras empresas. A denúncia, inicialmente rejeitada na primeira instância, segue em fase recursal no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). O contrato de publicidade com a Criari, aditivado em 2022, foi questionado devido ao alto valor gasto, que somaria R$ 2,7 milhões.
A denúncia argumenta que o aditivo ao contrato de publicidade, com vigência entre 14 de abril e 13 de outubro de 2024, coincidiu em grande parte com o período eleitoral, quando a publicidade institucional é vedada por lei. A coligação sustenta que o aditivo teve a finalidade de mascarar gastos eleitorais, já que a verba seria repassada a veículos de imprensa com ligações ao marqueteiro Cláudio Cordeiro.
A reportagem procurou o coordenador da campanha de Eliene, Cláudio Henrique Donatoni, atual secretário municipal de Saúde, que negou as acusações. Ele se limitou a afirmar que a denúncia é falsa, ressaltando que o caso deveria ser tratado pelo jurídico da campanha e não com ele.