Nesta quarta-feira (19), a vereadora Maysa Leão, acompanhada das vereadoras Michelly Alencar e Dra. Mara, do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini, e da secretária municipal de Saúde, Dra. Lúcia Helena, visitou a Unidade de Referência em Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (URPICS), localizada no Horto Florestal. O encontro teve como principal objetivo discutir a proposta de transferência da unidade para o Parque Tia Nair, um espaço verde reservado pela Secretaria de Meio Ambiente para possível construção. A visita trouxe à tona preocupações sobre os impactos da mudança, especialmente em relação à acessibilidade e à continuidade do atendimento aos pacientes.
Especializada no cuidado de pessoas com transtornos como ansiedade, depressão, fibromialgia, doenças psicossomáticas, luto, violência doméstica, ideação suicida, obesidade e outros problemas de saúde mental, a URPICS atende majoritariamente pacientes acima de 50 anos. Muitos deles encontram nas terapias integrativas um caminho essencial para o bem-estar físico e emocional.
Durante a visita, a vereadora Maysa Leão compartilhou sua experiência pessoal como paciente da unidade, destacando a importância do trabalho realizado no local. Ela relatou ter procurado atendimento após desenvolver síndrome do pânico e ressaltou o papel fundamental da terapeuta Flávia Dias, que, por meio de um olhar integral, a ajudou a identificar sinais graves de saúde, prevenindo complicações maiores.
“Hoje, prefeito, quando defendemos esta unidade, falamos sobre vidas. Peço que olhe nos olhos de pessoas que convivem com esquizofrenia, transtornos mentais e os desafios diários de filhos, pais e mães atípicas. Aqui, damos um passo para remover a ‘tarja preta’ das nossas vidas. Isso funciona e só precisa de apoio para continuar”, afirmou Maysa, dirigindo-se ao prefeito Abílio Brunini.
A possibilidade de mudança para o Parque Tia Nair gerou preocupações entre os pacientes. Tereza Cristina Rosa, que passou por um processo de recuperação da depressão profunda na URPICS, destacou os riscos da transferência para um local de difícil acesso.
“Muitas pessoas serão prejudicadas. Aqui, a acessibilidade é mais fácil, e o Horto Florestal transformou minha vida. Quero retribuir, fazer um curso de terapia e ajudar a comunidade, assim como fui ajudada”, afirmou Tereza.
Desde 2015, a URPICS funciona em um espaço provisório, em contêineres, devido à demora na reforma do prédio, que teve início apenas em 2024, após a formalização de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Apesar das condições precárias, a unidade mantém a qualidade do atendimento, com apoio da comunidade e dos próprios pacientes.
Rosinei Socorro Moreira, outra paciente da URPICS, reforçou a importância da ampliação dos serviços.
“Cheguei aqui quase sem voz, pedindo ajuda para parar de tomar medicamentos e buscar um tratamento natural. Se a intenção é melhorar, que abram novos polos em locais acessíveis, como CPA, Osmar Cabral ou Pedra 90, para que mais pessoas tenham essa oportunidade”, sugeriu Rosinei.
A visita das vereadoras e os debates promovidos reforçam o compromisso da nova gestão municipal com a saúde mental e o bem-estar da população. A URPICS segue como um pilar essencial para a comunidade, oferecendo um atendimento humanizado e especializado, que promove autonomia e qualidade de vida para seus pacientes.