O Ministério Público de Mato Grosso (MPE) protocolou uma ação por improbidade administrativa e ressarcimento de danos ao erário contra o ex-deputado estadual Gilmar Donizete Fabris e o advogado Ocimar Carneiro de Campos. A ação, registrada na Vara Especializada de Ações Coletivas de Cuiabá, questiona o uso indevido de recursos públicos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). A investigação teve início a partir de um relatório da 5ª Vara Criminal da Justiça Federal, com base na Operação Ararath, que revelou o uso de um cartão de abastecimento da ALMT vinculado ao veículo de Campos, usado em benefício de Fabris.
Ocimar Carneiro de Campos, em depoimento, afirmou que não era servidor da ALMT, mas advogado do Partido Social Democrático (PSD), e que o veículo e o cartão de abastecimento eram utilizados em favor do partido. No entanto, o MPE constatou que ele não possuía vínculo com a ALMT e usou o cartão para fins pessoais e privados. O advogado confirmou ter utilizado o cartão entre 2016 e 2018, realizando viagens mensais com o veículo para Rondonópolis, alegando que prestava serviços a Fabris.
Embora a ação criminal tenha sido julgada improcedente, o tribunal reconheceu que os atos configuraram improbidade administrativa, devido à falta de provas concretas para caracterizar o crime de peculato-desvio. O montante atualizado das despesas do cartão de abastecimento soma R$ 17 mil, e o MPE pede a indisponibilidade de bens dos réus no valor de R$ 37 mil para garantir o ressarcimento e a condenação por improbidade administrativa, além do pagamento de dano moral coletivo.