A presidente da Câmara de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), se manifestou sobre o projeto de lei que propõe a proibição de investimentos da Prefeitura no Carnaval pelos próximos quatro anos.
O texto foi pautado na sessão ordinária desta terça-feira (25) para votação em regime de urgência. No entanto, o pedido foi rejeitado pelos vereadores, com 9 votos contrários e 5 favoráveis. Com isso, o projeto seguirá em tramitação regular na Casa de Leis.
Paula defende que a proposta deve ser analisada com mais cautela, pois impacta diretamente três setores fundamentais da economia: comércio, cultura e turismo.
“A Câmara agora terá mais tempo para discutir esse projeto com tranquilidade e aprofundar a questão do Carnaval, que envolve cultura, turismo e economia — tanto formal quanto informal. Desde os pequenos empreendedores até os grandes empresários, todos são afetados, e é fundamental um debate mais amplo sobre isso”, afirmou.
A presidente da Câmara também ressaltou que Cuiabá enfrenta um período de calamidade financeira, decretado pelo prefeito Abílio Brunini (PL) no início de sua gestão, e que essa realidade precisa ser levada em consideração.
“Vivemos um momento delicado, em que Cuiabá está sob um decreto de calamidade financeira devido às dívidas herdadas. Por isso, defendo um debate mais aprofundado para chegarmos a um consenso. Esse processo exige tempo para que todos os 27 vereadores possam se posicionar de forma responsável, considerando os interesses da cidade, do poder público, dos empresários e da população”, destacou.
Por outro lado, o projeto, de autoria do vereador Rafael Ranalli (PL), prevê que os recursos originalmente destinados ao Carnaval sejam realocados para áreas como educação, saúde e infraestrutura, com o objetivo de contribuir para a recuperação econômica e a estabilidade financeira do município.
O que diz a Abrasel
Durante a manhã, a presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso (Abrasel-MT), Lorenna Bezerra, participou da Tribuna Livre e se posicionou sobre o tema.
Lorenna destacou a importância do Carnaval para a geração de emprego e renda e defendeu a festividade como um fator essencial para atrair turistas para a capital.
“Em janeiro, as pessoas costumam viajar para outras cidades e não permanecem aqui. Já em fevereiro, temos a oportunidade de atrair turistas para Cuiabá, incentivando o consumo e movimentando diversos setores da economia”, argumentou.
Na visão de Bezerra, a parceria entre o setor público e a iniciativa privada é essencial para garantir um equilíbrio econômico e social.
“Muitas empresas têm recursos para organizar seus próprios eventos de Carnaval, mas outras não. Essas pessoas também têm direito à cultura e ao lazer, além da possibilidade de obter uma renda extra durante o período. É fundamental que haja diálogo, o que faltou nesse processo, pois uma decisão dessa magnitude precisa ser construída de forma conjunta”, concluiu.