Quinta-feira, 04 de Julho de 2024

POLÍTICA Sábado, 29 de Junho de 2024, 09:39 - A | A

Sábado, 29 de Junho de 2024, 09h:39 - A | A

CHAPADA DOS GUIMARÃES

Gastos com Festival de Inverno são rechaçados por ex-secretário; "evento garante retorno econômico"

Marisa Batalha/O Bom da Notícia

(Foto: Ilustração/Web)

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Nesta última sexta-feira(28), em alguns grupos de Whatsapp como o Primeira Notícia, o ex-secretário de governo de Chapada dos Guimarães (distante 68 km de Cuiabá), Gilberto Mello(PL), se contrapôs às informações divulgadas em vários sites da capital, um deles o Factual, sobre os exorbitantes cachês dos shows nacionais e, assim, o alto custo na realização do Festival de Inverno que ocorrerá, agora, em julho, na cidade.

Mello se desvencilhou da prefeitura recentemente para disputar as eleições deste ano, após conseguir resgatar sua elegibilidade com a decisão da 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), anulando o acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU) que resultou em sua inelegibilidade.

Ele havia sido considerado inapto para disputar cargos públicos, por ter suas contas rejeitadas por irregularidades e por decisão irrecorrível pelo Tribunal de Contas da União (TCU) quando era prefeito de Chapada, entre os anos de 2005 e 2008.

Na defesa realizada hoje pelo ex-secretário, ele aponta que investir em cultura traz vários tipos de retornos, tanto econômicos quanto sociais e culturais.

Ao citar a geração de empregos, por meio das indústrias criativas, lembrando que eventos culturais atraem turistas e investimentos. Desta foma, claro, estimulando a economia local. E que, sobretudo, estes 'projetos promovem a inclusão social e fortalecem o tecido social, criando espaços para a expressão e interação de diversas comunidades'.

(Foto: Ilustração/Assessoria)

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"Programas culturais podem complementar a educação formal, promovendo habilidades como pensamento crítico, criatividade e empatia. Sao caminhos que resgatam e promovem a herança cultural, mantendo tradições e práticas vivas para futuras gerações. Assim, apoiar a cultura promove a diversidade e a riqueza cultural, permitindo que múltiplas vozes e perspectivas sejam ouvidas e valorizadas. Assim, o retorno do investimento em cultura vai além do aspecto financeiro, contribuindo para o desenvolvimento integral das sociedades", diz Mello.

O Festival vem gerando polêmica por estar orçado em R$ 9 milhões, grande parte do aporte, cerca de R$ 6 milhões, provenientes do Governo do Estado. E outros - de acordo com o prefeito Osmar Froner(UB) -, de patrocinadores.

Ao retirar a Prefeitura de Chapada dos custos do evento.

O certo é que do total, R$ 5 milhões serão destinados aos cachês dos artistas, com os valores mais altos pagos para Maiara e Maraisa (R$ 624 mil) e Lulu Santos (R$ 520 mil)

A programação ainda inclui atrações como Banda Anjos de Resgate (R$ 75 mil), Aline Barros (R$ 150 mil), Barão Vermelho (R$ 197 mil), Titãs (R$ 350 mil), 14 Bis (R$ 310 mil), RPM e Rádio Taxi (R$ 140 mil), Mato Grosso & Mathias (R$ 250 mil), Michel Teló (R$ 350 mil), João Bosco & Vinicius (R$ 250 mil), Queen Tribute Brazil (R$ 17 mil), Dilsinho (R$ 280 mil) e Ferrugem (R$ 250 mil).

Os argumentos do prefeito Osmar Froner e do ex-secretário Gilberto Mello são bem-vistos, obviamente, por empresários na área de eventos e comerciantes locais. Entretanto, para outros, a realização do festival coloca em xeque algumas questões sobre a adequação dos gastos públicos em um momento de dificuldades econômicas no município, seriamente agravada pela interdição parcial da rodovia MT-251[Portão do Inferno], devido a deslizamentos de rochas.

No ano passado, o governador Mauro Mendes sancionou a Lei 12.082, que limita em R$ 600 mil o repasse de recursos estaduais para shows e eventos. Conforme Froner, a Prefeitura de Chapada dos Guimarães vem respeitando categoricamente a lei e os shows que ultrapassam o valor limite estão sendo, ainda segundo o gestor, financiados por patrocinadores.

Ainda assim está ocorrendo em Mato Grosso uma tendência - por parte do Ministério Público de Mato Grosso - de suspender a realização de shows milionários, como já ocorreu em outras cidades do estado.