Quarta-feira, 30 de Outubro de 2024

ARTIGOS Terça-feira, 23 de Julho de 2024, 09:46 - A | A

Terça-feira, 23 de Julho de 2024, 09h:46 - A | A

Otacílio Borges Canavarros

Uma consagração interrompida

No final do mês de junho fui informado pela deputada federal senhora Gisela Simona, da existência de duas Leis aprovadas pelo Congresso Nacional, de números: 6.252 de 10/10/1975 e 12.131 de 17/12/2009. A primeira denominando de Senador Filinto Müller a Rodovia BR-163 iniciando em São Miguel D'Oeste (SC) à fronteira do Suriname, e a segunda denominando de Senador Jonas Pinheiro a BR-163 no trecho entre Cuiabá e Santarém.

Lamentavelmente, embora as referidas leis estejam vigorando, a primeira há quase 50 anos e a segunda há quase 15 anos, as mesmas não são do conhecimento das instituições públicas e privadas regionais e de toda a população de ambos os Estados: Mato Grosso e Pará, verdade esta inexplicada.

Todavia, estando em vigência, estas leis impedem que a referida rodovia seja nomeada, em consonância com as numerosas “Moções de Apoio” expressas por instituições públicas e privadas de Mato Grosso nos últimos dois anos, ao projeto de nomeação de ARTHUR DE CAMPOS BORGES à BR-163 Cuiabá/Santarém, desejo este de expressivo número de admiradores do legado de Arthur Borges.

Pioneiro na navegação fluvial nos rios da Amazônia: Arinos, Juruena  e Tapajós no final do século XIX – levando borracha para vender em Santarém e trazendo “café de ralar” comprado na cidade  de Maués -, Arthur Borges foi o mentor e ardoroso defensor da construção de uma ligação terrestre entre Cuiabá e Santarém desde o início do século XX, tendo sido o construtor dos primeiros 25 km da referida estrada em 1910/11 conquistando uma concessão em contrato com o governo de Mato Grosso.

Defendendo sempre e de forma veemente a construção da estrada em suas históricas CARTAS, estas guardadas pelos seus filhos e netos por mais de 50 anos, as mesmas foram transformadas em um livro, lançado em 1991 e posteriormente uma nova edição divulgada em março do ano 2020. Arthur Borges aos 78 anos elaborou, em um mapa, o traçado de como deveria ser aberta a estrada Cuiabá/Santarém, tendo esse documento sido, pessoalmente entregue, nas mãos do então Presidente Getúlio Vargas quando este esteve em Cuiabá nos dias 6,7, 8 de agosto de 1941.

Face ao exposto, é meu dever informar a existência destas duas leis às diversas Câmaras Municipais e instituições representativas da classe produtora de Mato Grosso bem ainda expressar a elas o meu sentimento de gratidão pelas “Moções de Apoio” concedidas ao projeto de nomeação da Rodovia ARTHUR BORGES à BR-163 Cuiabá/Santarém, projeto que eu tive a satisfação de coordenar nos últimos três anos.

Igualmente, manifesto agradecimentos às instituições: Assembléia Legislativa de Mato Grosso, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, Nono Batalhão de Engenharia e Construção – construtor da maior parte da rodovia -, Instituto de Engenharia de Mato Grosso, todas elas autoras de manifestação de aplausos ao projeto de nomeação de Arthur Borges à rodovia Cuiabá/Santarém.

Em face dessas leis, o nome ARTHUR BORGES não estará cravado nas placas existentes no interior dos diversos trevos ao longo dos 1.600 Km da rodovia Cuiabá/Santarém, mas com certeza o nome Arthur de Campos Borges está imortalizado nos Museus existentes ao longo da rodovia, nas dissertações e nas teses escritas sobre a História da Amazônia Brasileira e do Estado de Mato Grosso.

Concluindo, expresso a gratidão dos netos, bisnetos e trinetos, descendentes do sempre lembrado Arthur Borges, a todos os incontáveis amigos e admiradores do legado de Arthur Borges, incentivadores do projeto de consagração do nome do saudoso líder mato-grossense à rodovia, falecido em Rosário Oeste em 14 de setembro de 1943, bem próximo de completar 80 anos de idade.

Otacílio Borges Canavarros – neto de Arthur Borges