Diferente da forma que, comumente, se apresenta quando conversa com a imprensa, nesta quarta-feira (3), o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro(MDB) estava visivelmente irritado, por conta de reunião realizada no início da semana do seu líder na Câmara, o vereador Marcrean Santos (do mesmo partido) com o presidente da Assembleia Legislativa e pré-candidato à prefeitura da capital, Eduardo Botelho (UB).
O fato ocorreu durante o lançamento das obras de reforma da praça Rachid Jaudy, no centro de Cuiabá, quando Emanuel Pinheiro (MDB) acabou dando um ‘puxão de orelha’ em seu líder na Câmara, que participou do evento. Ao adverti-lo sobre a exigência da lealdade partidária, já que o empresário Domingos Kennedy confirmou sua pré-candidatura à Prefeitura de Cuiabá pelo MDB, após análise de uma pesquisa qualitativa encomendada pela legenda.
Ao comentar sobre o fato com os jornalistas, Pinheiro disse que o MDB não gostou nada dessa proximidade e que caso Marcrean não mude a postura, ele poderá não concorrer pelo partido à reeleição. Ao, inclusive, alerta-lo que sem a janela partidária, que se fechou em abril deste ano, ele não pode mudar de legenda para concorrer a reeleição. Assim, ou ele se enquadra ou pode ficar fora do pleito.
“Eu fiquei sabendo de uma reunião parece-me que anteontem, que meu líder e meu amigo pessoal fez para o deputado Eduardo Botelho. Pelo que eu fiquei sabendo pegou mal, muito mal mesmo. Ouve uma reação da executiva municipal, eu recebi até uma ligação do presidente do diretório Francisco Faiad. Eles até falaram que não querem levar o nome do Marcrean para a convenção municipal se ele não readequar imediatamente a conduta dele. E eles estão corretos, não tenho como tirar a razão do meu partido”, disse.
Marcrean que chegou tarde ao evento teve que aguentar publicamente Pinheiro adverti-lo que sem meias palavras lhe disse para que parasse com as reuniões senão seria prejudicado. “Você para isso, você tem candidato, isso vai te prejudicar”, disse o prefeito.
Emanuel ainda fez questão de reiterar que o MDB tem candidato e ele precisa respeitar isso. “O partido dele tem candidato ele tem que respeitar, tem que praticar a fidelidade partidária ou ele não será candidato pelo MDB e não tem mais tempo para ele se filiar em nenhum outro partido”, alfinetou.
Sem saída e em meio ao evento, Marcrean acabou afirmando à imprensa que vai seguir a orientação partidária ‘sem discussão’.
“Eu sou leal ao meu partido, o MDB, e estava aguardando o candidato que foi definido para que nós possamos trilhar juntos. Como o MDB não tinha candidato a gente estava se reunindo com Botelho, enquanto presidente da Assembleia, agora o partido decidiu um nome, então, claro, eu sou partidário. Sigo o partido, quanto a isso não tem discussão”, finalizou Marcrean.