Em uma parceria entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), foi lançado nesta última terça-feira (20/08), na comunidade São Benedito, em Poconé, o projeto integrador “Elas e Agricultura: Empreendedorismo no Campo”. A iniciativa visa estimular o desenvolvimento das mulheres rurais e de suas famílias, promovendo o planejamento e a gestão agrícola, além de fortalecer o protagonismo social e econômico das mulheres no campo.
A primeira visita técnica contou com a presença de Maria Fernanda Figueiredo, Educadora Financeira; Taynara Morais Humbelino, Assistente Social; e Sthefany Perez, Analista Jurídica da Instituição Lírios, que representou a UFMT e o MAPA. Elas foram recepcionadas pelo presidente da associação da comunidade São Benedito, Anderson Gonçalves de Souza, e pela líder local, Edilaura Souza. A comunidade, composta por remanescentes quilombolas, dedica-se à agricultura há quase um século, com destaque para a farinheira São Benedito, que há mais de 45 anos produz farinha artesanal de qualidade, garantindo o sustento de mais de 30 famílias.
Segundo o ministro Carlos Fávaro, 20 comunidades e assentamentos rurais em 12 municípios de Mato Grosso serão beneficiados com o projeto, que foi dividido por regiões. Os municípios contemplados incluem Várzea Grande, Acorizal, Poconé, Tangará da Serra, Nova Olímpia, Nortelândia, Mirassol D’Oeste, Rondonópolis, Juscimeira, Campo Verde, Sorriso e Cláudia.
"Essa importante iniciativa de valorização da mulher do campo tem como foco principal o empreendedorismo e a sustentabilidade rural, atendendo aproximadamente 1.500 mulheres e 800 famílias diretamente. É uma oportunidade de transformação social e econômica”, destacou Fávaro.
Já Maria Fernanda Figueiredo explicou que o projeto traz ações de capacitação, divulgação, intercooperação e organização produtiva, gestão agrícola e empreendedorismo. "Nosso objetivo é promover a equidade de gênero e a igualdade de oportunidades no campo, através de oficinas temáticas que fortalecem o desenvolvimento pessoal, econômico, social e de cidadania das mulheres. Além disso, ofertamos atendimento psicossocial, assessoria jurídica e contábil às mulheres, associações e comunidades atendidas".
Durante a visita técnica, a equipe conheceu todas as etapas de produção da farinheira, além das estratégias da comunidade para enfrentar períodos de escassez, causados pelas mudanças climáticas.
Anderson Gonçalves de Souza, presidente da associação, destacou a importância do projeto para a região. “Estamos muito felizes com esta iniciativa. Agradecemos ao Ministro Carlos Fávaro por sua visão e sensibilidade com a mulher da agricultura familiar, e à UFMT e Instituição Lírios por atuarem diretamente com as famílias, fomentando incentivos agrícolas e cursos de capacitação”, reconheceu.
Edilaura Souza, líder feminina da comunidade, contou que atualmente 15 famílias dependem exclusivamente da produção de farinha, enquanto outras 17 dividem o tempo entre a farinheira e outras atividades agrícolas, somando um total de 37 mulheres envolvidas na produção de farinha e 15 dedicadas aos cuidados domésticos e à alimentação dos trabalhadores. "Esse projeto vem consolidar nossa luta", finalizou.