O deputado federal José Medeiros (PL-MT) acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (12), para que senadores e deputados da base governista que viajaram aos Estados Unidos buscando apoio contra a oposição também sejam incluídos na representação criminal movida pelo Partido dos Trabalhadores (PT) contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O pedido ocorre em resposta à representação feita pelo PT, na qual a legenda acusa o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro de crime contra a soberania nacional e solicita a apreensão de seu passaporte.
Na peça, Medeiros argumenta que, assim como Eduardo Bolsonaro, os parlamentares da esquerda também realizaram viagens aos Estados Unidos em maio de 2024. Ele defende que, caso a acusação contra Eduardo seja acatada, os parlamentares da base governista devem ser investigados e submetidos às mesmas sanções.
"O Eduardo foi aos Estados Unidos para denunciar a perseguição ideológica e as interferências de poderosos nas eleições brasileiras, que chegaram ao ponto de censurar parlamentares por expressarem opiniões contrárias ao governo. Já eles foram para lá com o objetivo de calar e perseguir a oposição, sob o pretexto de defender a democracia", criticou Medeiros.
Nos requerimentos enviados ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, Medeiros solicita a inclusão dos senadores Eliziane Gama (PSD-MA) e Humberto Costa (PT-PE), além dos deputados federais Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Rafael Brito (MDB-AL), na representação criminal apresentada pela base governista.
A petição também cita declarações do relator especial para a liberdade de expressão da OEA, que afirmou estar "impressionado" com os relatos de censura apresentados por parlamentares da oposição.
"O relator da OEA que esteve no Brasil ficou surpreso com o que a oposição vem sofrendo. Nunca houve tantas infrações a direitos humanos como as que têm ocorrido com os presos do dia 8 de janeiro. Parlamentares que possuem imunidade para expressar opiniões estão sendo censurados por não seguirem a cartilha da esquerda. Isso é um absurdo!", desabafou Medeiros.
Diante desse cenário, o deputado reafirma que, caso a petição contra Eduardo Bolsonaro avance, os mesmos critérios devem ser aplicados aos parlamentares da esquerda que adotaram postura semelhante, garantindo isonomia e equilíbrio na aplicação da justiça.