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POLÍTICA Quarta-feira, 07 de Agosto de 2024, 13:05 - A | A

Quarta-feira, 07 de Agosto de 2024, 13h:05 - A | A

MORTA COM 34 FACADAS

‘Ele pegou o meu dinheiro para encomendar a morte da minha filha’ revela deputado Cattani sobre ex-genro

Luciana Nunes/ O Bom da Notícia

O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) revelou durante entrevista ao Jornal do Meio Dia nesta última terça-feira (6) que o ex-genro Romero Xavier, utilizou o dinheiro dele para pagar o irmão, Rodrigo, para assassinar Raquel Cattani, 26 anos, filha do parlamentar.

Raquel foi brutalmente assassinada com 34 facadas, e seu corpo foi encontrado pelo próprio pai em um assentamento em Nova Mutum (a 264 km de Cuiabá) no dia 19 de julho. Ela era uma jovem produtora rural e vivia no local.

O deputado disse que devia o ex-genro pelo serviço realizado pelo acusado em sua propriedade e que foi quitada no mesmo dia em que a filha foi assassinada. O valor pago foi R$ 4 mil, mesma quantia repassada pelo acusado ao irmão, Rodrigo Xavier, para assassinar Raquel Cattani.

“Eu tinha um acerto para fazer com ele em dinheiro e eu fiz no mesmo dia (do crime). O acerto era de R$ 4 mil, de uma cerca que ele tinha feito para mim. Depois eu soube pela polícia que ele pagou para o assassino R$ 4 mil, ou seja, ele pegou o meu dinheiro para encomendar o assassinato da minha filha”, revelou.

Gilberto disse que sempre desconfiou do ex-genro mas aguardou as investigações.

“Quando nós soubemos do acontecido, o primeiro a desconfiar de qualquer um fui eu. Porém, nós não podíamos fazer nada enquanto não tivéssemos certeza de quem seria a pessoa que cometeu o crime. Ele tinha um álibi muito forte”, acrescentou.

 O deputado lembra da angústia e sofrimento até que a polícia concluísse o caso e voltou a defender a pena de morte no país. “Uma pessoa que faz uma coisa dessas é um animal e tem que ser tratado como tal. Foram 4 dias com o maior sofrimento que um ser humano pode passar, mas sempre com esperança de que nós poderíamos chegar ao autor e ele pudesse cumprir tudo aquilo que a Justiça determina para quem faz esse tipo de coisa, o que é muito pouco. Nós precisamos ter, inclusive, pena de morte no nosso país”.

Crime

Raquel Cattani foi encontrada morta dentro de sua residência no assentamento Pontal do Marapé, em Nova Mutum, na manhã de 19 de julho. O corpo apresentava inúmeras lesões causadas por arma branca.

Na investigação sobre o crime, foram entrevistadas ou interrogadas 150 pessoas, no período de 6 dias de diligências. Os policiais ouviram familiares da vítima, amigas, vizinhos, trabalhadores de empresas da região, moradores do assentamento Pontal do Marapé e pessoas que mantiveram contato com o mandante do crime, o ex-marido da vítima.

A investigação, analisou imagens de câmeras de segurança da vila onde a vítima tinha um sítio e das cidades da região, como São José do Rio Claro e Tapurah. 

Na tentativa de ludibriar a Polícia Civil, o mandante do crime criou álibis como almoço com os ex-sogros, churrasco com pessoas com as quais não tinha convivência estreita e até ida a boates na cidade de Tapurah, entre a tarde e a noite de execução do crime, com a intenção de reforçar que não seria considerado o principal suspeito do homicídio.

Porém, no decorrer das investigações, as equipes policiais reuniram evidências que possibilitaram chegar aos dois envolvidos no crime brutal: Romero, mandante e ex-marido da vítima, e seu irmão Rodrigo, o executor do crime que montou a cena na residência de Raquel para que a Polícia Civil acreditasse que o crime teria motivação patrimonial.

Nessa segunda-feira (5), os irmãos foram indiciados pelo homicídio triplamente qualificado contra Raquel Cattani. E foi considerado desta forma por se tratar de um feminicídio com promessa de recompensa, além de ter sido uma emboscada.

Rodrigo Xavier vai responder também por furto, já que levou vários pertences da vítima, tal como um celular. Já Romero além do indiciamento como mandante foi alvo de outro inquérito, dessa vez em Lucas do Rio Verde, pelo crime de porte irregular de arma de fogo.