Parte da bancada federal de Mato Grosso utilizou as redes sociais para repudiar ataque com bombas à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, provocado por Francisco Wanderley Luiz, que morreu na ação na noite desta última quarta-feira (13).
Através de vídeo, a deputada federal Gisela Simona (UB) disse que os parlamentares estavam em sessão, na Câmara Federal, quando foram surpreendidos com o ato.
“Nós estávamos em sessão quando chegou a notícia sobre as explosões que tivemos tanto no STF, quanto nas imediações aqui da Câmara dos Deputados e tivemos aí a necessidade de suspender a sessão. A situação é preocupante pois não podemos tolerar atos extremistas”.
Hoje à jornalistas a deputada federal unista ainda revelou que 'ataques às instituições e as autoridades constituídas violam a democracia'.
"O Brasil que sempre foi um país pacífico e acolhedor começa a ter episódios de terrorismo. A sociedade precisa fazer uma reflexão sobre a necessidade de mudar sua conduta referente a politica para que possamos ter um espaço plural e convergente em prol do bem todos".
O deputado federal Nelson Barbudo (PL) aguarda a conclusão das investigações para saber o motivo que resultou no ataque.
“A polícia já apurou que o homem sofria de problemas pessoais e não foram encontrados outros envolvidos até o momento. Esperamos que as investigações elucidem os verdadeiros motivos deste ataque, sem afetar aqueles que já tem sofrido injustamente pelos atos de 8 de janeiro”, disse.
Já o deputado federal Emanuelzinho (MDB) classificou o ataque como anti-democrático e destacou que a ação reflete um sentimento ‘anti-povo’
“A explosão na Praça dos Três Poderes é a continuidade de um sentimento anti-povo que permeia há séculos no Brasil. Tentaram impedir a posse de JK; depuseram João Goulart na ditadura, torturaram "inimigos"; tentaram impedir a posse de Lula; agora, intimidam com explosivos; Tudo isso para livrar o Brasil de um pseudo e inxcexistente controle dos "comunistas", disse Emanuelzinho.
*O caso*
Por volta das 19h30 desta quarta, um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. No porta-malas, haviam fogos de artifício e tijolos.
O veículo tem placa de Rio Grande do Sul, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O dono é Francisco Wanderley Luiz, que foi candidato a vereador pelo PL nas eleições municipais de 2020 e não se elegeu (ele teve 98 votos naquela disputa).
Segundo a Polícia Civil, ele alugou uma casa em Ceilândia, no Distrito Federal.
Antes da explosão em frente ao STF, o homem tentou entrar no prédio. Ele jogou um explosivo embaixo da marquise do edifício, mostrou que tinha artefatos presos ao corpo a um vigilante, deitou-se no chão e acionou um segundo explosivo na nuca.
Em um relato à Polícia Civil, um segurança do STF afirmou que o homem estava com uma mochila, de onde tirou uma blusa, alguns artefatos e um extintor. A blusa foi lançada na estátua em frente ao Supremo. Quando o segurança tentou se aproximar, o homem "abriu a camisa" e o segurança viu algo semelhante a um relógio digital, acreditando ser uma bomba. Dois ou três artefatos foram lançados pelo homem e estouraram. Depois, ele se deitou no chão, acendeu o último artefato e o colocou na cabeça como um travesseiro.
A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as explosões, e as informações serão enviadas a Alexandre de Moraes.