O deputado federal eleito Neri Geller (PP) e o ex-secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura Rodrigo Figueiredo, teriam recebido o montante de R$ 450 mil em propina do empresário Joesley Batista, proprietário da J&F Investimentos, para beneficiar a empresa dentro da pasta.
A informação consta no pedido de prisão feito pela Polícia Federal ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), acatado pela desembargadora Mônica Sifuentes, que resultou na deflagração da Operação Capitu, nesta sexta-feira (9).
Conforme o documento, o parlamentar progressista recebeu R$ 250 mil em outubro de 2014 por intermédio de Florisvaldo Caetano de Oliveira. Na época, Gueller respondia pelo Ministério.
Já Figueiredo, recebeu a quantia de R$ 200 mil por meio de um doleiro de Brasília conhecido como Jubra, Francisco Junior.
A propina foi paga a eles em troca de emissão atos de ofício que beneficiariam a empresa. Entre eles a proibição do uso de ivermectina, a regulamentação da situação dos despojos, bem como o aumento das exigências de condições impostas para que frigoríficos integrassem o chamado “listão”, onde constam as empresas de proteína animal aptas a exportar seus produtos.
A medida visava proporcionar ao grupo JBS a eliminação da concorrência e a formação de monopólio no mercado de proteínas animal.
Em fevereiro de 2014, Fuigueredo editou o ofício que dispunha sobre a regulamentação de despojos. Já no mês de maio, o Ministério publicou uma instrução normativa proibindo o uso da ivermectina.
Por envolvimento neste esquema, tanto Gueller quanto Figueiredo foram presos pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (09). No total, 15 mandados de prisão temporária e 19 de busca e apreensão foram expedidos.
O inquérito policial foi instaurado em maio deste ano, baseado em declarações prestadas por Funaro sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Mapa.