No Brasil, as estatísticas sobre prematuridade são alarmantes e, devido à subnotificação, ainda não são totalmente confiáveis. Estima-se que, de um total de três milhões de bebês recém-nascidos em território brasileiro, cerca de 350 mil sejam prematuros – dado que leva o país a ocupar o décimo lugar no ranking mundial de prematuridade.
Após o Novembro Roxo, campanha que coloca em evidência a questão dos partos prematuros no Brasil, a pediatra e neonatologista do Hospital Infantil e Maternidade Femina, Carla Poliane Fiuza do Carmo Mendes, reforça que o assunto deve ser uma das prioridades da agenda nacional de saúde.
“É possível eleger a precariedade dos cuidados em saúde como um dos fatores determinantes para o alto índice de prematuridade. O nascimento de um prematuro é o desfecho final de um processo que se inicia na gestação, a partir de condições de risco pré-concepcionais e gestacionais”, explicou a especialista.
De acordo com a médica, a principal abordagem de prevenção é focada na melhoria da qualidade da assistência pré-natal, intra-parto e pós-natal, com acesso à infraestrutura, materiais apropriados e na presença profissionais devidamente capacitados.
Neste contexto, polemizar o nascimento prematuro é uma forma de motivar a cobrança por melhoria na assistência à saúde em todos os níveis. “Esta discussão ocorre não somente entre os profissionais da saúde, mas principalmente entre os cidadãos. E o impacto desta mobilização resulta em aumento da qualidade nos cuidados em saúde não somente do prematuro, como também de todos os indivíduos”, opinou.
ESTRUTURA – No que se refere à estrutura hospitalar, a especialista destaca os diferenciais do Hospital Infantil e Maternidade Femina, que apresenta em seu corpo clínico uma equipe de neonatologistas e pediatras em tempo integral.
A equipe do programa Parto Adequado, capacitada para a recepção na sala de parto de recém-nascidos de alto risco e competência em reanimação neonatal, também é uma das singularidades do serviço ofertado pelo hospital.
Tamanho cuidado tem o objetivo de inserir a toda a família ao acolhimento necessário durante a hospitalização, por meio de uma comunicação clara e efetiva com a equipe assistencial.
“Ao nascimento, o prematuro recebe cuidados como reanimação – quando indicada –, estabilização e transporte até à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal para cuidados intensivos ou intermediários, de acordo com a necessidade.
Dessa forma, a continuidade da assistência pós-natal do prematuro é realizada por uma equipe multidisciplinar. O cuidado é individualizado conforme o grau de prematuridade e as condições específicas dos recém-nascidos”, concluiu a médica.