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ARTIGOS Terça-feira, 28 de Setembro de 2021, 11:14 - A | A

Terça-feira, 28 de Setembro de 2021, 11h:14 - A | A

Américo Corrêa

Anjo Caído

(Foto: Ilustração)

ANJO CAÍDO.jpg

 

Quão delicado é lidar com as coisas d'alma
Se a alma está em purgatório, em desvario.
Lida de dor que dói difusa, em locais incertos
Sentimento de extravio, perdição.

É como anjo caído vitimado de paixão
Pálida imagem, lembrança distante,
eco de um ser desolado chorando à míngua
morrendo de pena de si mesmo.

Delicadeza de alma aprendendo a se cuidar.
.... lidando com o sufocamento da palavra;
... treinando o sorrir ameno para a tristeza;
... namorando contido a própria solidão.

A cada renúncia, um desapego.
... perde-se, idem, o pouco da fé
Hora em que a vida fica mais deserta
e o bálsamo é um oásis de lágrimas.

E o socorro é um sorriso torto,
sorriso que não disfarça a melancolia.
Olhar perdido na miragem
O coração doído de amar.

Américo Corrêa é jornalista, escritor e poeta