Interrompendo uma sequência de oito de semanas consecutivas de queda no preço da cesta básica, o Boletim Semanal da Cesta Básica, apurado pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), apresentou aumento de 0,95% na terceira semana de agosto, passando a custar R$ 740,03. Com o impacto do aumento em sete dos 13 alimentos componentes da cesta, o valor médio do mantimento está 0,22% acima do averiguado na comparação anual, que foi de R$ 738,41.
Segundo análise do IPF-MT, mesmo com o avanço nominal de R$ 6,98 sobre a semana anterior, ainda assim, o mantimento permanece entre os patamares mais baixos de 2024, o que pode ser considerado um fator positivo para o comportamento de consumo por parte das famílias em Cuiabá.
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, ressalta o baixo índice da cesta na capital. “Apesar de mostrar crescimento na terceira semana, diante de oito quedas anteriores consecutivas, o patamar atual se mantém abaixo do averiguado entre janeiro e julho desse ano, contribuindo para manter a cesta básica cuiabana favorável ao consumo, favorecendo, inclusive, para o controle financeiro das famílias”, explicou.
O principal item que contribuiu para a elevação de preço observada na semana foi o tomate, com variação de 12,72% e apresentando um custo médio de 4,78/kg.
Ainda conforme análise do instituto da Fecomércio-MT, o crescimento pode estar atrelado à limitação da oferta do produto, por questões de queda nas temperaturas, o que retardou sua maturação. Após quatro semanas consecutivas de recuo, a batata demonstrou alta esta semana, de 4,76%, chegando aos R$ 7,68/kg. Tal situação, para o IPF-MT, pode ter relação com condições do clima, com muitas chuvas limitando a colheita nas regiões produtoras e reduzindo, consequentemente, a oferta do tubérculo, o que eleva o preço do produto no mercado.
O superintendente da Fecomércio-MT, Igor Cunha, comentou sobre os reflexos que as oscilações dos hortifrútis causam no custo da cesta básica em Cuiabá. “Mais uma vez, o aumento no valor da cesta básica é justificado pelas variações no preço dos hortifrútis, principalmente do tomate e da batata, que por sua vez possuem a oferta muito atrelada a fatores climáticos e mudanças, o que incide em grande peso sobre as oscilações no valor do mantimento”.
Por fim, Cunha concluiu que a elevação no custo do mantimento verificada nesta semana não impactou na queda de preços de produtos na variação anual. “Mesmo com o crescimento da maioria dos itens da cesta básica, alguns alimentos têm apresentado quedas significativas no comparativo com o mesmo período do ano passado, como o tomate, o feijão, a farinha e a carne, que recuaram 30,53%, 15,10%, 9,17% e 2,65%, respectivamente, indicando recuo no longo prazo para esses alimentos”.