A Microsoft venceu nesta terça-feira (11) uma briga judicial contra a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), e agora pode concluir a compra da Activision Blizzard, anunciada no ano passado.
A decisão foi da juíza Jacqueline Scott Corley, que aceitou os argumentos da gigante de tecnologia e rejeitou pedido de liminar da FTC. A comissão havia pedido liminar para proibir a conclusão do negócio antes que um processo administrativo fosse encerrado. Com a negativa da juíza, a Microsoft pode concluir a compra da Activision Blizzard, mesmo que a FTC prossiga com suas investigações administrativas.
"A aquisição da Activision pela Microsoft foi descrita como a maior da história da tecnologia. Merece escrutínio. Esse escrutínio valeu a pena: a Microsoft se comprometeu por escrito, em público e no tribunal a manter Call of Duty no PlayStation por 10 anos em paridade com o Xbox. Ela fez um acordo com a Nintendo para trazer Call of Duty para o Switch. E fez vários acordos para trazer pela primeira vez o conteúdo da Activision para vários serviços de jogos em nuvem", afirmou a juíza.
"O Tribunal considera que a FTC não demonstrou probabilidade de prevalecer em sua alegação de que essa fusão vertical específica nesse setor específico pode diminuir substancialmente a concorrência. Pelo contrário, a evidência recorde aponta para um maior acesso do consumidor a Call of Duty e outros conteúdos da Activision", completou.
A decisão foi comemorada pela Microsoft. Em nota oficial, a empresa agradeceu ao Tribunal pela "decisão rápida e completa" e disse que a fusão é "boa para a indústria".
Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, disse em comunicado que a decisão "permitirá a concorrência, em vez de permitir que líderes de mercado arraigados continuem a dominar nossa indústria em rápido crescimento".
Em comunicado o porta-voz da FTC, Douglas Farrar, disse que o órgão planeja continuar investigando o acordo. "Estamos desapontados com este resultado, dada a clara ameaça que esta fusão representa para a concorrência aberta em jogos em nuvem, serviços de assinatura e consoles. Nos próximos dias, anunciaremos nosso próximo passo para continuar nossa luta para preservar a concorrência e proteger os consumidores", afirmou.
Próximo passo: Reino Unido
Com passe livre para concluir o acordo de compra da Activision nos Estados Unidos, a Microsoft agora volta a enfrentar problemas no Reino Unido. Em abril, a Autoridade de Concorrência e Mercados do país (CMA, na sigla em inglês) proibiu a fusão entre as companhias.
Após a vitória nos Estados Unidos, a Microsoft anunciou que entrou em acordo com a CMA para resolver a questão fora dos tribunais, o que ainda precisa ser aceito pelo Tribunal de Apelação da Concorrência do país. Depois disso, a empresa e o órgão devem trabalhar em conjunto nos termos da fusão com a Activision, de forma a garantir a concorrência com outras empresas.
Fonte: Tecnologia