O Movimento Conecta realiza durante 21 dias uma série de ações no combate à violência contra a mulher. Ao O Bom da Notícia, a empresária Muriel Torres, igualmente, diretora da ONG Lírios, instituição de combate a violência doméstica que participa do evento explica como funcionará a campanha que se inicia no Dia da Consciência Negra no país, como forma de assegurar reflexões mais profundas sobre os variados cenários da violência de gênero contra meninas e mulheres, com a contextualização de suas vulnerabilidades.
O movimento que busca sensibilizar a sociedade para o tema, se inspira na ação mundial denominada 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, que se iniciou em 1991, intitulada “As Mariposas”, em homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, assassinadas, em 1960, na República Dominicana. Submetidas às mais diversas situações de violência e tortura, dentre elas, o estupro, as irmãs foram silenciadas pelo regime ditatorial de Rafael Trujillo, no dia 25 de novembro de 1960.
“A campanha mundial de mobilização pelo Fim da Violência contra a Mulher são 16 dias, e ocorre em mais de 160 países. Fora do Brasil a campanha tem início no dia 25 de novembro, que é o dia internacional da não violência contra mulheres, e termina no dia 10 de dezembro, que é o dia internacional dos direitos humanos. Aqui a 4ª edição do Movimento Conecta 21 dias de ativismo tem programação no Estado a partir do dia 19 de novembro".
É preciso registrar que o Brasil é um dos países com os maiores índices de homicídios não resolvidos. Os dados sobre a violência no Brasil são alarmantes. A grande maioria das mulheres vítimas de homicídio são meninas e mulheres negras, prevalecendo a faixa entre 18 e 30 anos, com picos na faixa de meninas menores de um ano, caracterizando o infanticídio. Há maior prevalência de mortes causados por força física, objeto cortante/penetrante ou contundente, e menor participação de arma de fogo, sendo perpetrada por pessoas próximas a vítima e sendo a agressão, na maioria das vezes, perpetrada no domicílio.
Diante desses fatos, Muriel destaca que no Brasil o movimento conta com 21 dias de ações.
“No Brasil, nós adaptamos para 21 dias, por quê? Porque como nós temos as mulheres negras, que são o maior número de vítimas de violência, então os 21 dias de ativismo se inicia no dia 20 de novembro, que é o Dia da Consciência Negra. Esse ano, ainda à partir do calendário do Conecta 21, vamos começar na terça feira dia 19, com uma feira cultural e uma audiência pública na Câmara Municipal de Cuiabá”, disse.
Muriel ainda destaca que as ações desta quarta-feira (20), erá aberta com evento Resistência, na Praça da Mandioca, região central de Cuiabá.
“O movimento se inicia mesmo na quarta feira, dia 20, que é o feriado da Consciência Negra. Uma festa da resistência lá na Praça da Mandioca, abrindo um calendário com muitas outras atividades como palestras nas escolas, pedal, panfletagem para a conscientização, feira de negócios voltada para mulheres vítimas de violência entre outras ações”, concluiu.
O movimento
Movimento Conecta 21 estará realizando de 19 de novembro a 10 de dezembro, ciclo de palestras e troca de experiencias na luta em favor da vida e da não violência contra a mulher.
A ação tem por objetivo levar a um número expressivo de mulheres, informações sobre os tipos de violência, bem como a Rede de Proteção existente no município, onde elas podem buscar ajuda e se libertar desse ciclo.