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POLÍTICA Terça-feira, 28 de Agosto de 2018, 09:02 - A | A

Terça-feira, 28 de Agosto de 2018, 09h:02 - A | A

GRAMPOLÂNDIA PANTANEIRA

Selma chama cabo de mentiroso e irá buscar reparação na Justiça

Kamila Arruda, da Redação

A juíza aposentada Selma Rosane de Arruda, candidata ao Senado Federal no pleito deste ano, repudia a tentativa do cabo Gerson Luiz Correa Junior de envolvê-la no esquema das interceptações clandestinas, que ficou conhecido como “grampolândia pantaneira”.

 

“Eu não sei que forças ocultas pressionaram ou convenceram o cabo para ele mentir sobre meu nome. Mas aí tem jabuti na árvore. Isso é enchente ou mão de gente (graúda)”, frisa a juíza aposentada.

 

Em depoimento prestado a Vara Militar nesta segunda-feira (27), o integrante da Polícia Militar de Mato Grosso revelou que a ex-magistrada tinha conhecimento de que uma denúncia de organização criminosa havia sido forjada para que nomes fossem inseridos em escutas. 


Segundo ele, no ano de 2015 a magistrada procurou o Gaeco para relatar uma suposta ameaça contra a sua pessoa. Na oportunidade, ela teria sido recebida pelo chefe do departamento na ocasião, o promotor Marco Aurélio de Castro, que determinou que Gerson apurasse a denúncia. 


“Ela narrou que tinha conhecimento que uma pessoa da família de Antonio Carlos Milas tinha recebido algumas pessoas em uma fazenda, dentre elas o deputado Riva. E essas pessoas começaram a tecer comentários sobre ela, que ela era a cabeça do Gaeco”, relatou. 

 

Com base nessas informações, Gerson afirmou que foi instaurado uma investigação anônima para apurar os fatos. “De imediato levei essas informações ao Marco Aurélio, que abriu investigação de maneira anônima. Foi então que foram incluídos os número do senhor Filadélfo dos Reis Dias, Silval Barbosa e Antônio Barbosa. Eles não tinham nada a ver com a história. Nós inserimos os três no bojo dessa investigação”, afirmou.

 

O cabo disse que alertou a ilegalidade ao promotor Marco Aurélio. “Falei ao doutor Marcos que o crime de ameaça não gerava interceptação. Então, simularam o crime de organização para poder grampear. Eu formulei a denúncia anônima. Foi combinado com Selma para se declarar impedida para julgar o caso que envolvia a ameaça e repassado ao substituto. Não tinha nenhum fundamento que contra Silval e outros. Tudo fui eu que fiz”, revelou.

 

Selma Arruda, entretanto, lembrou que, em outubro do ano passado o cabo prestou depoimento ao delegado Flávio Stringueta, onde afirmou categoricamente que “não teve mais contato com a juíza” após receber as informações sobre a eventual ameaça que a magistrada havia sofrido, e que, por essa razão, não poderia dizer se ela sabia ou não da criação da história de cobertura.

 

“Estranhamente agora, depois de iniciada a campanha, ele pede para falar e inventa essa história absurda. Eu fiz uma denúncia grave de ameaça para ser apurada. Os métodos e instrumentos da investigação não competem ao juiz, portanto, não cabiam a mim”, esclarece a magistrada.

 

Quanto ao fato de se declarar impedida para julgar um pedido de quebra de sigilo para investigar denúncia contra si, Selma Arruda esclarece que obviamente ela não poderia apreciar, fato corriqueiro em qualquer entendimento jurídico básico.

 

“Fazer uma alegação dessa para tentar me incriminar chega a ser escárnio com a inteligência alheia”, frisa, afirmando que tomará as providências legais adequadas para impedir que a mentira prevaleça.