Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (1º), Mauro disse não ver sentido na derrubada do veto ao projeto de lei que condicionava a volta às aulas presenciais na rede estadual de ensino, à vacinação dos servidores da educação, considerando que estes profissionais já começaram a ser vacinados em Mato Grosso.
Mesmo deixando claro que não concorda com a posição dos deputados estaduais que decidiram, por maioria dos votos, derrubar o vetos que retirava a obrigação de imunização dos profissionais da educação para o retorno às salas de aula, o governo não deverá ingressar com ação judicial para suspender a derrubada do veto.
Eu não entendo a lógica de uma parte dos nossos deputados. O professor na rede pública do estado não pode voltar para a sala de aula enquanto não estiver vacinado, mas qual é a diferença do professor para todos os demais servidores públicos?
Mandando, porém, um recado aos parlamentares de que eles estariam prejudicando o avanço do ensino no Estado. O governo já havia anunciado o retorno das aulas híbridas para o mês de agosto.
O condicionamento da imunização dos profissionais foi feito por meio de uma emenda no projeto de lei nº 21/2021, que tornou as atividades educacionais essenciais durante a pandemia da covid-19, com o objetivo de evitar que as aulas paralisem toda vez que houver agravamento no cenário da Saúde.
Entretanto, o governador retirou o artigo que trazia essa obrigação, bem como outro trecho que determinava a abertura das janelas durante as aulas. Na sessão legislativa do dia 30 de junho, porém, maioria dos deputados decidiu derrubar o veto e retornar com a obrigação.
Na visão do governador, a decisão “vai prejudicar gigantemente a educação”. Criticando ainda a derrubada ao seu veto ao apontar que os demais servidores estaduais já retornaram ao trabalho presencial, assim como as escolas particulares. Ao asseverar que 'enquanto alunos da rede pública não podem voltar às aulas, teria, provavelmente, 'filho ou neto de deputado, em escola privada que naquele momento, já estaria em uma sala de aula".
“Eu não entendo a lógica de uma parte dos nossos deputados. O professor na rede pública do estado não pode voltar para a sala de aula enquanto não estiver vacinado, mas qual é a diferença do professor para todos os demais servidores públicos? Qual é a diferença do servidor público para o trabalhador da indústria, do campo, da empregada doméstica, do motorista de ônibus e outros mato-grossenses que estão trabalhando normalmente? Alguém sabe explicar?”, questionou.
Mauro ainda informou que a maioria dos professores já recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19, enquanto milhares de outros profissionais sequer conseguiram ser vacinados, e comparou a situação local à Portugal, onde as atividades educacionais foram as primeiras a retornarem ao funcionamento após relaxamento da pandemia.
Na rede social, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Valdeir Pereira, avaliou ter sido acertada a decisão dos deputados em derrubar o veto e tornar obrigatória a imunização.
"Já que houve a votação e no veto há dois pontos que garantem segurança, a derrubada dos mesmos demonstrou a coerência por parte da Assembleia Legislativa em não permitir que as aulas possam retornar de qualquer maneira", comentou.
Valdeir ainda ponderou que, em sua visão, não haveria a necessidade de tornar a educação essencial na pandemia. Além disso, cabe destacar que o Sintep já se posicionou publicamente contrário ao retorno às salas de aula até que haja a vacinação não apenas dos profissionais, mas também dos alunos.