Sábado, 05 de Outubro de 2024

POLÍTICA Sábado, 06 de Julho de 2024, 09:09 - A | A

Sábado, 06 de Julho de 2024, 09h:09 - A | A

GOVERNO COLOCA FIM À POLÊMICA

Lúdio diz que novo prefeito precisará de coragem para enfrentar empresários do transporte coletivo

Luciana Nunes/ O Bom da Notícia

Em entrevista à uma rádio em Cuiabá, esta semana, o deputado estadual petista Lúdio Cabral (PT) - igualmente, pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá -assegurou que para melhorar o transporte público o próximo gestor da capital precisa de coragem para enfrentar os empresários do setor. 

“O transporte coletivo em Cuiabá serve a que interesses.? A prefeitura não pode ser balcão de negócios para quem quer lucrar com o sofrimento da população. Transporte coletivo tem que servir para os interesses da população, do jeito que está parece que é só pra colocar dinheiro no bolso dos donos das empresas”, disse.

Ainda segundo Lúdio, a tarifa hoje gira em torno de R$10, sendo R$ 4,95 pago pela população e o mesmo valor pago pela prefeitura às empresas que operam os ônibus. 

“A população paga uma tarifa de R$ 4,95 só que o valor da tarifa é duas vezes maior porque a prefeitura paga a mesma coisa para as empresas. E a gente tem esse transporte coletivo precário superlotado, que falam que tem ar-condicionado, mas que não tem. O prefeito vai ter que ter coragem de colocar o interesse público em primeiro lugar para fazer funcionar, de fato, o transporte coletivo ”, completou.

Lúdio ainda defende uma mudança na forma de calcular o pagamento das empresas de forma a beneficiar o usuário dos ônibus. “Tem que mudar a lógica do cálculo da tarifa, porque hoje o empresário ganha pelo número de pessoas que ele transporta . E para elevar seu lucro ainda mais ele reduz a quantidade de veículos e aumenta a quantidade de pessoas em uma mesma viagem. Essa lógica está errada, tem que ser quilômetro rodado aí ele vai colocar mais ônibus para circular, para rodar mais quilômetros e, assim, lá na ponta as pessoas terão mais ônibus”, disse.

Na mesma semana desta entrevista, Lúdio apresentou na Assembleia Legislativa um projeto propondo a realização de licitação para a concessão do BRT [Bus Rapid Transit] com tarifa a R$ 1 real por 5 anos.

“A tarifa a R$1 é uma reparação a todo o transtorno causado à população de Cuiabá e Várzea Grande. Algumas pessoas ficam preocupadas com isso. Mas é absolutamente possível. O problema é que ninguém nunca fez”, disse Lúdio ao apresentar o projeto.

Sobre a proposta de R$ 1 da tarifa, Lúdio afirma que o projeto aponta que o subsídio seria dos recursos arrecadados com a venda dos vagões do VLT para o Estado da Bahia, que está sendo assinado hoje no Tribunal de Contas da União (TCU). 

O assunto gerou um bate-boca acalorando com o presidente da Casa de Leis, Eduardo Botelho (UB), na última quarta-feira(03).

Botelho que também é pré-candidato na disputa pelo comando do Palácio Alencastro, aponta a proposta de Ludio como incoerente e demagógica. 

Avaliza a declaração de Botelho outros parlamentares estaduais, dentre eles a deputada emedebista Janaina Riva que alertou que não se pode permitir que as pessoas sejam iludidas por promessas falsas e que o Parlamento precisa atuar com responsabilidade. E que a proposta de tarifa a R$ 1 real para o BRT é irresponsável, demagoga e quer apenas vender facilidades, sem nenhum compromisso com a verdade.

“Quando nós falamos de uma proposta de R$ 1, cria-se na cabeça das pessoas a imagem de que é possível realizar um bom serviço com esse valor, se a passagem de ônibus em 2022 foi ajustada para R$ 4,95 como operar um sistema com R$ 1 real a tarifa? Não podemos cometer essa irresponsabilidade de vender facilidades, lógico que queria fazer uma legislação, e talvez fosse a deputada mais querida de Mato Grosso se apresentasse uma tarifa de R$ 1 para todo transporte urbano mato-grossense, mas isso não tem efetividade”, afirmou a parlamentar.

Nota do Governo

Para colocar fim às discussões e à proposta do deputado Ludio Cabral em regime de urgância, o que resultou em xingamentos e empurrões, o governo por meio de nota revelou que teria tomado conhecimento pela imprensa de que foi assinado, em dezembro de 2022, termo aditivo que permite a interpretação, de modo totalmente impróprio, que a atual concessionária do serviço público de transporte coletivo entre Cuiabá e Várzea Grande, poderá operar o BRT sem a realização de licitação.

O governador já havia manifestado recentemente, de forma contundente, que será realizada a licitação para operação do novo modal. Assim, para colocar fim ao debate Mendes determinou à Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística(Sinfra) e à PGE que adotem as providências cabíveis para cancelar o termo aditivo e a adotar as devidas providências para licitar a operação do BRT, após conclusão da obra.

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