Sexta-feira, 18 de Outubro de 2024

CIDADES Domingo, 21 de Março de 2021, 16:59 - A | A

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Vídeo didático de Almerinda satirizando a Reforma Administrativa viraliza nas redes sociais

Vivian Nunes / O Bom da Notícia

Almerinda George Lowsbi - interpretada pelo ator André D'Lucca – chama a atenção do público fazendo críticas à política de Mato Grosso, especialmente, quando ‘cutuca’ os políticos que sempre ganham destaque em sua personagem.

Bastante amada, mas também muito polêmica, Almerinda publicou na última semana, um vídeo didático nas redes sociais exemplificando, ironicamente, sobre a Reforma Administrativa.

A proposta, em tramitação no Congresso Nacional, prevê a criação de “gatilhos” para conter o gasto público. São medidas que incluem, dentre outros pontos, a redução de salários e jornadas dos servidores. Na prática, vai acarretar na piora dos serviços prestados à população.

“Como muitos sabem, sou uma das mulheres mais ricas de Mato Grosso, meu dinheiro vem do divórcio e eu planto soja. Quer dizer, planto não, sou dona da plantação, outras pessoas plantam no meu lugar. Eu já não pago impostos porque sou protegida, como todo mundo do agronegócio, pela Lei Kandir. Então, não preciso pagar impostos e sobra muito mais dinheiro. Você pobre paga, eu milionária não pago”, brinca a celebridade.

A proposta da reforma, em tramitação no Congresso Nacional, prevê a criação de “gatilhos” para conter o gasto público. São medidas que incluem, dentre outros pontos, a redução de salários e jornadas dos servidores

Com relação à Reforma Administrativa, Almê explica que se caso seja aprovada, o texto pode ter mais autonomia para enxugar a máquina pública, além de cortar cargos, concursos públicos e tirar a estabilidade de servidores, abrindo espaço para indicar amigos e parentes para os devidos cargos.

“Eu já estou pensando no futuro da minha filha Alice, ela está com dois anos. Mas como eu tenho contatos no governo federal, estadual e municipal, já vou garantir para ela a presidência de uma estatal. Para quem ama no nepotismo vai ficar muito mais fácil sem os concursos públicos para gente encaixar amigos e parentes em todos os cargos”, diz Almerinda.

“Eu só fico preocupada com as mulheres, servidoras públicas, que vão perder a sua fonte de renda segura e digna. Coitadas também das mulheres que dependem dos serviços públicos, né? Já que com a reforma, eles não serão tão públicos assim. Até o SUS [Sistema Único de Saúde] vão ter que pagar”, completa.

Durante a sátira, Almerinda tenta explicar de uma forma mais fácil o quão a Reforma Administrativa é prejudicial à população. Uma vez que os mais afetados serão os pobres. “Os meus amigos milionários e poderosos não serão afetados em nada com essa Reforma Administrativa. Muito pelo contrário, está todo mundo ansioso para a reforma sair porque nós vamos lucrar. Quem vai se prejudicar é a merendeira, a professora, enfermeira, policiais [...] não dá para agradar todo mundo né gente? Enquanto uns choram, outros bebem champanhe”.

Após a atuação teatral ironizada, Almerinda reforçou, seriamente, que é contra a Reforma Administrativa e ainda que os serviços públicos devem ser tratados com muita responsabilidade. A personagem também frisou que as mulheres serão as mais prejudicadas.

“As mulheres são a maioria no serviço público e isso significa que serão as mais prejudicadas com a reforma administrativa. Não é porque elas são a maioria que elas detêm os maiores salários, isso é benefício dos homens. Mesmo sendo maioria no serviço público, o percentual de mulheres com cargos de alto escalão que não sofrerão efeitos com a Reforma Administrativa é bem menor do que dos homens [...] Na maioria dos lares, recai sobre a mulher a responsabilidade com os filhos e afazeres domésticos. A pandemia tem levado a redução de direitos e salários, o que tornam as mulheres, chefes de família, dependentes da saúde pública, escolas públicas, creches públicas e etc”.

Ao finalizar o vídeo, Almerinda ressalta que a Reforma Administrativa propõe a exoneração em massa dos servidores públicos. Além disso, as contratações passariam a ser feitas mediante a indicação dos maiorais. “Por isso a reforma administrativa fere o direito das mulheres e pode ser considerado uma atitude machista que amplia o poder de homens, ricos e brancos sob serviço público”, conclui.

Assista na íntegra o vídeo de Almerinda sobre a Reforma Adminitrativa: