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CIDADES Terça-feira, 22 de Maio de 2018, 11:28 - A | A

Terça-feira, 22 de Maio de 2018, 11h:28 - A | A

PLÁSTICA PRA TODOS

Presidente do CRM diz que não existe corporatismo para julgar médico

Karollen Nadeska, da Redação

A médica Maria de Fátima Carvalho, presidente do Conselho Regional de Medicina (CMT-MT), afirmou que o órgão fiscalizador não tem perfil de proteger médicos envolvidos em casos polêmicos, a exemplo do aconteceu com paciente Edleia Danielle Ferreira, de 33 anos, que veio a óbito após complicações decorrentes de uma cirurgia plástica. A operação foi realizada no Hospital Militar, em Cuiabá, no dia 13.


“O conselho não julga com corporativismo para proteger o médico. Isso não acontece, porque toda essa análise quando a gente avalia, a questão de um possível erro médico, nunca é feita por um único profissional, sempre existe um corpo de conselheiros. Quando esse processo vai para fase final, esses membros que avaliam toda a documentação e é de no mínimo 11 conselheiros. Então é muito difícil dizer que vamos proteger um determinado colega”, explica.


Além disso, a presidente ressalta que há uma visão equivocada da sociedade e dos profissionais da medicina, quanto a atuação do órgão.


"O papel do conselho é um papel difícil, porque a sociedade acredita que o conselho protege o médico e o médico acha que o conselho é muito duro com o médico. Mas, nós somos justos, avaliação é feita do ponto de vista técnico", afirma.

 

Segundo a presidente, o CRM já abriu uma sindicância para apurar a verdadeira causa da morte, que incluiu o programa “Plástica Pra Todos”, o Hospital Militar e a equipe contratada para o operatório. Todo o processo vai depender de documentos a serem juntados.


“Em relação a este caso, o conselho abre um procedimento chamado de sindicância, que é um processo preliminar onde são coletados documentos da clínica, do hospital e da equipe responsável pela cirurgia. Tudo corre em sigilo”, disse ao programa Tribuna da rádio Vila Real.


Contudo, a médica alerta para a realização desses procedimentos, que são considerados eletivos.

 

“Todo procedimento cirúrgico envolve um risco. O que choca e a gente ver uma paciente jovem, bonita, indo a óbito em num procedimento a princípio não tão alto risco”, diz.


Questionada sobre a conclusão do processo de sindicância, Maria de Fátima informou que irá depender dos materiais a serem coletados para averiguação dos fatos.


“A etapa de sindicância pode ser de 6 meses podendo ser prorrogado se necessário. Esse tempo depende também do retorno dessa documentação e na análise pode ter a necessidade de pedir mais um bloco. O tempo de sindicância é variável em função da facilidade ou dificuldade em se coletar documentação necessária”, finaliza.


Com base nessa investigação é que o CRM irá manifestar-se oficialmente sobre o assunto, por meio de sua comissão de conselheiros.