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A direção da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá negou que a menor Maria Clara dos Santos Silva, de 4 anos, tenha morrido por falta da realização de um exame de broncoscopia.
A criança teve o óbito confirmado na manhã desta sexta-feira (24) com diagnóstico de tumor renal. Em nota, a direção da unidade informou que a criança morreu em decorrência de problemas relativos a um tumor renal.
A mãe da paciente, Franciane Silva, alega negligência por parte do Estado, uma vez que a criança ficou 20 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o exame poderia apontar um agravamento.
“Não tem médico aqui, não tem salário, e ela precisa saber do diagnóstico. A minha filha não tem culpa. Ocorre que a Maria Clara queimou em febre essa noite, precisou ser intubada agora pela manhã e eu não sei o que vai acontecer no decorrer do dia ou da semana”, disse em entrevista a TV Centro América minutos antes de receber a notícia da morte da filha.
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Franciane da Silva, mãe da paciente Maria Clara, de 4 anos, que morreu na manhã desta sexta-feira (24)
Conforme a nota divulgada nesta tarde pela direção da Santa Casa, Maria Clara nasceu com um rim atrófico e outro em pleno funcionamento. Porém, desenvolveu um tumor renal no único rim que funcionava, que então precisou ser retirado devido ao câncer.
A direção explicou ainda que com a retirada do órgão, a mesma teve de ser submetida a um tratamento quimioterápico e iniciou processo de hemodiálise para futuramente ser transplantada.
Ainda segundo a nota, o quadro de saúde da menina era considerado grave, sendo que também quando hospitalizada no último dia 5, teve complicações no tratamento, decorrentes da detecção de trombose e insuficiência respiratória.
Veja nota na íntegra
O Hospital Santa Casa Misericórdia de Cuiabá presta aqui esclarecimento sobre o atendimento prestado a criança oncológica, a menor M.C.S.S.A. de 04 anos que faleceu na manhã de hoje (dia 24/08/2018) com diagnóstico de tumor renal.
A menor nasceu com um rim atrófico e outro com funcionamento pleno, porém desenvolveu um tumor renal no único rim que funcionava, então este precisou ser retirado devido ao diagnóstico de câncer. Com a retirada do órgão a mesma fez tratamento quimioterápico, iniciou a hemodiálise e estava em processo para ser transplantada. A menor estava internada na UTI pediátrica e teve complicações no tratamento hemodialítico, na qual apresentou trombose no cateter que realizava hemodiálise e uma insuficiência cardíaca por hipertrofia miocárdica. Em relação ao exame de broncoscopia que estava para ser realizado, este não interferiria em nenhuma conduta imediata que pudesse alterar o quadro grave em que a criança se encontrava. O exame seria para fins de diagnóstico, pois havia suspeita de uma estenose de traqueia.
A Santa Casa lamenta o falecimento da menor, e ressalta que foi a primeira paciente a realizar tratamento ambulatorial de hemodiálise, pois na Santa Casa não havia o serviço de hemodiálise infantil, desta forma os pacientes precisavam fazer tratamento fora domicilio (TFD), com isso uma mobilização por parte do Instituto Maristela, Cidinho e Marli Becker, Ministério Público Federal através da operação Araraque, CDL Social, Mari Sheffer e emendas do deputado Welligton Fagundes. Com estes apoios a Sociedade Beneficente da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, consegui montar o serviço de nefrologia.