Os médicos da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis decidiram suspender os atendimentos a partir do dia 12 de março devido ao atraso de oito meses nos pagamentos. A paralisação, aprovada em assembleia, afetará pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), além de consultas particulares e de convênios. Apenas casos de urgência e emergência serão atendidos.
De acordo com os profissionais, a direção do hospital não apresenta nenhuma previsão para quitar os débitos e também não abre diálogo com a categoria.
“A situação chegou a um ponto insustentável. Estamos há meses tentando resolver o problema, mas não há resposta da administração”, afirmou Diogo Sampaio, presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT).
O problema dos atrasos salariais também atinge médicos do Hospital Municipal Elidia Machietto Santillo, em Juara. Os 11 profissionais da unidade cobravam dois meses de pagamentos da empresa contratada pelo município.
“Apenas não paralisamos os atendimentos porque a prefeitura se comprometeu a assumir os pagamentos a partir de março”, disse Rafael Mederi, conselheiro do CRM
.Além da falta de pagamento, o CRM identificou que a empresa responsável pela contratação dos médicos em Juara não possui registro no Conselho.
“Notificamos a empresa e exigimos a regularização em 15 dias. Caso contrário, tomaremos medidas judiciais”, destacou Sampaio.Diante do impasse, o Conselho acionou o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público para que medidas sejam adotadas contra os atrasos nos pagamentos. “Os médicos não podem continuar trabalhando sem qualquer garantia de que serão remunerados. Essa realidade precisa mudar”, concluiu o presidente