Em áudio que circula nas redes sociais, a diretora-geral do Hospital Estadual Santa Casa, Patrícia Neves, faz um desabafo durante uma reunião com funcionários, sobre a atual situação da unidade de saúde e o descaso no atendimento prestado à pacientes.
O áudio causou indignação do ator André D’Lucca, que divulgou o áudio nessa quinta-feira (8).
Recentemente, D’Lucca foi processado por uma empresa terceirizada da Santa Casa por ter feito sérias acusações contra a unidade, após seu irmão, Benedito Wilson, que estava internado no hospital, vir a óbito no dia 18 de abril, em decorrência das complicações causadas pela covid-19.
Assim, o Instituto Matogrossense de Terapia Intensiva (Imati), que administra a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), da Santa Casa, pede que o ator seja condenado a pagar R$ 50 mil por ter feito acusações "infundadas e levianas".
No entanto, as acusações de D’Lucca não parecem ser inverídicas, como aponta o hospital. Já que no áudio, a diretora da unidade de saúde relata aos funcionários que “as coisas estão fugindo do controle”, ao lembrar que, recentemente, perdeu seu tio, que estava internado na Santa Casa, em decorrência da covid-19.
As pessoas precisam ter o direito de sobrevida dentro do hospital, embora a doença seja grave e tenha variante nova
“As pessoas precisam ter o direito de sobrevida dentro do hospital, embora a doença seja grave e tenha variante nova. Se ninguém teve a tristeza de perder alguém aqui dentro, eu tive e perdi o meu tio”, disse.
Patrícia ainda reclama da falta de empenho dos funcionários, no atendimento dos pacientes que estão internados na unidade. “Eu tive a oportunidade de estar aqui por duas vezes no final de semana e, me desculpem, mas não condiz com nada com que a gente combina. Nós vamos colher frutos disso muito sério”.
Ela ainda coloca em xeque a conduta dos profissionais da saúde do hospital. “Eu coloco em xeque todos os profissionais aqui hoje. Como conduta, como comida, como higienização, como tudo. Porque estou vivendo essa realidade. E não estou feliz com a perda do meu tio aqui dentro”.
Patrícia ainda expôs que pacientes diabéticos estão recebendo alimentação que não deveriam por conta da comorbidade.
“Tem gente que é diabético lá dentro e está comendo coisa que não é pra comer. Tem gente que não está fazendo identificação [...] O serviço está deficiente, o serviço está errado. Chegar aqui a noite é um terror. O hospital está abandonado. Eu não vou falar mais. Essa é a última vez que estou chamando para esta reunião”, completou.
Outro lado
O Governo de Mato Grosso esclarece que:
É um dever de todo gestor público melhorar a performance e os resultados, e cobrar dos seus colaboradores mais empenho no atendimento ao nosso principal cliente que é o cidadão.