O subsecretário de Inteligência da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Rubens Castro Peixoto Júnior, foi exonerado, hoje (29), após a deflagração da operação para a prisão de policiais militares acusados de envolvimento em crimes de extorsão, concussão, organização criminosa e roubo qualificado. Segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar, para o lugar do coronel será nomeado o coronel Murilo César de Miranda Angelloti, atualmente comandante de Policiamento Especializado (CPE). Os policiais presos eram subordinados ao subsecretário.
A operação teve como alvos policiais militares do setor de inteligência da corporação e cumpriu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.
De acordo com a Secretaria de Estado da Polícia Civil, cinco policiais foram presos e duas pessoas ainda não foram localizadas, entre elas uma mulher. Nas casas de dois dos presos foram recolhidos R$ 44 mil, sendo que parte do dinheiro foi encontrado dentro de um par de sapatos. Os agentes apreenderam ainda material pirata roubado de comerciantes, como tênis, relógios, roupas e brinquedos, além de HDs do circuito do comércio.
A prisão temporária é de cinco dias. Foram encontradas também duas armas, mas conforme a Polícia Civil, estavam legalizadas, inclusive uma de uso da Marinha, que está em nome do sogro de um dos envolvidos.
A operação é realizada por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), com apoio da Corregedoria da Polícia Militar. A Polícia Civil informou que as investigações duraram dois meses e indicaram que os acusados se faziam passar por agentes da Delegacia de Repressão para extorquir dinheiro de comerciantes em diversas partes do estado do Rio de Janeiro. Ainda durante as investigações várias vítimas prestaram depoimento e auxiliaram na identificação do grupo criminoso.
Governador
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse que foi informado da exoneração do coronel pelo secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Rogério Figueredo, e conforme as informações de que dispunha, os policiais presos estavam praticando crimes contra empresas e lojas.
Segundo o governador, a Inteligência da Polícia Militar tem o objetivo de investigar a mancha criminal, mas também fatos sobre a corrupção policial. El disse que é muito ruim ter um caso desse na corporação, mas foi em razão da investigação realizada pela Polícia Civil.
"Nós não temos bandido de estimação, seja ele de distintivo, de farda ou de paletó e gravata. Nós temos o compromisso de investigar quem quer que seja. Esse é o resultado do comando do governo do estado para as suas forças de segurança, especialmente a Polícia Civil, disse Witzel, após participar de cerimônia para a implantação do programa Segurança Presente, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Witzel disse que o afastamento do coronel Rubens Castro Peixoto Júnior da subsecretaria de Inteligência da Polícia Militar impede interferências na investigação. "A exoneração do coronel é um gesto da Polícia Militar até para poder dar tranquilidade a quem está investigando de que não haverá interferência nenhuma. Esse novo que assume, assume já com essa missão de fazer uma depuração completa no sistema e ter mais rigor na escolha daqueles que vão trabalhar na área de inteligência".
O governador disse ainda que não tinha a informação se o coronel exonerado tinha sido o responsável pela indicação dos policiais presos na operação. Antes de ocupar o cargo de subscretário de Inteligência da PM, o coronel Rubens Castro Peixoto Júnior atuava no 18º BPM, em Jacarepaguá.
* Matéria atualizada às 14h05 para acrescentar declaração do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel
Fonte: EBC Geral