Foi realizada no Hospital Santa Rosa, em Cuiabá, no último sábado (25), primeira cirurgia de ablação por micro-ondas. O médico responsável pelo procedimento, cirurgião vascular e radiologista, Dr. Paulo Petterle, explicou que a nova técnica é menos invasiva que as cirurgias tradicionais e é indicada para o tratamento de tumores localizados no fígado, rim, pulmão e tireoide.
A rápida recuperação é outro ponto positivo. Segundo Dr. Petterle, o paciente que passa pela técnica da ablação, em alguns casos, nem precisa ficar internado. Faz de manhã e tem alta no final do dia. Não é necessário abrir nem fazer cortes maiores no paciente, sendo assim, a recuperação é rápida e pouco dolorosa.
“Indicamos principalmente para aqueles pacientes que não podem ser submetidos a uma cirurgia, por conta dos riscos ou por conta da localização do tumor”, esclareceu o médico ao informar que o primeiro passo para realizar o procedimento é a localização do tumor, na sequência é introduzida uma agulha com micro-ondas na ponta, depois essas micro-ondas vão aquecendo o tumor até destruí-lo.
A cirurgia de ablação por micro-ondas pode ser realizada por percutânea ou durante cirurgia aberta. “As micro-ondas provocam uma área de ablação que destrói os tumores cancerígenos. Dependendo do tamanho do tumor, ela é tão eficaz quanto uma cirurgia convencional”, afirmou o médico ao acrescentar que o procedimento pode ser realizado com anestesia geral e local, mas ele prefere realizar com sedação geral, para proporcionar mais conforto e segurança ao paciente.
Ao final, o médico, disse que a ablação oferece vantagens significativas em comparação com outras formas de tratamento para certos tipos de cânceres. “Por ser guiada por imagem, a ablação permite uma precisão excepcional no direcionamento do tratamento, minimizando danos aos tecidos saudáveis circundantes”, concluiu Petterle.
*Indicações*
O tratamento se aplica a tumores primários de fígado, pulmão e rim, bem como metástases. Os tumores menores que são os de até 3 cm, são os que apresentam melhores resultados terapêuticos. O procedimento apresenta menores taxas de complicações e maior preservação da função do órgão acometido.
Riscos
Como qualquer procedimento médico, existem riscos associados à ablação. No entanto, são geralmente baixos e controláveis, e os benefícios superam amplamente as complicações potenciais. O principal risco é sangramento, porém inferior a 0,5% dos casos.
_Paulo Petterle é especialista em Cirurgia Vascular e radiologista_