O contingente de jovens que não estudam e nem trabalham, os chamados “nem-nem”, aumentou em Mato Grosso. Em 2012, eles representavam 18,9% das pessoas com idade entre 15 e 29 anos.
Em 2017 saltaram para 21,6%, com evolução de 2,7 pontos percentuais no período. E quanto mais idade tem esse jovem, maior é o volume de participação entre aqueles que não trabalham ou estudam. Em 2017, por exemplo, chegou a 27,5% a proporção de pessoas de 25 a 29 anos nesta condição.
O IBGE não divulgou o número absoluto de pessoas. Em 2012, o percentual de jovens dessa idade que estavam desocupados era de 21,9%, o que indica que a crise no emprego foi mais intensa nesta faixa etária, com evolução de 5,6 pontos percentuais no período. Entre os que tinham de 18 a 24 anos de idade, a alta foi de 2 p.p., de 22% de “nem-nem” em 2012 para 24% em 2017.
O jovem Tiago Magalhães, 18, acaba de terminar o Ensino Médio e diz que irá aguardar o resultado do Enem para decidir se irá trabalhar. “Se não passar, vou procurar emprego e fazer cursinho até passar. Porque quando eu me formar, já vou ter experiência e vai ser bom para o meu currículo”. No entanto, o jovem acredita que é difícil conseguir emprego, até mesmo nos cargos de jovem aprendiz.
Para a economista Luceni Grassi, jovens ficam nessa situação porque estão sem perspectiva, já que não encontram emprego ou estudam. “Essas pessoas são tidas pelo próprio IBGE como desalentadas, porque não encontram emprego e depois de um tempo param de procurar, porque ficam sem perspectiva de futuro e vão trabalhar na informalidade. O que precisa é de políticas efetivas para crescimento da economia, para fazer as empresas contratarem mais e retomar o entusiasmo nas pessoas”.