Sexta-feira, 26 de Abril de 2024

POLÍTICA Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2019, 08:00 - A | A

Quinta-feira, 17 de Janeiro de 2019, 08h:00 - A | A

NOVO FETHAB

Produtores de algodão serão os mais atingidos com o novo Fethab

Kamila Arruda, Da Redação

Os produtores de algodão serão os mais atingidos caso a proposta de reformulação do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) passe pelo crivo da Assembleia Legislativa.

 

Isto porque, a alíquota passará de 10,23% pelo Fethab 1, para 35% de UPF por tonelada de pluma transportada no mercado interno, e ainda 200% da UPF sobre a tonelada que for destinada à exportação. 

 

A medida resultará em um aumento de mais de 500% na arrecadação do Estado sobre o produto, tendo em vista que em 2018 foram recolhidos R$ 31,93 milhões, e a previsão em 2019 é de recolher R$ 174,66 milhões. 

 

Por conta deste aumento significativo, representantes do setor tentam impedir que a mensagem seja aprovada pelo Parlamento Estadual. Eles tentam convencer os deputados estaduais que a medida é inviável para o setor produtivo como um todo. A Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão afirma que, tal medida ameaça a viabilidade da cadeia no Estado. 

 

Além disso, acrescentam que pode resultar em efeito reverso, pois ao invés de aumentar a arrecadação do Estado, a proposta do novo Fethab pode gerar queda na produção, devido a atividade passar a não ser mais atrativa.

 

“O setor produtivo já paga impostos e representa mais de 50% do ICMS arrecadado no Estado”, acrescentou o presidente da entidade, Alexandre Schenkel. 

 

A proposta da Ampa e das demais entidades integrantes do Fórum Agro é de reedição do Fethab 2, ao invés da unificação dos Fundos, como está sendo proposto por Mendes. A medida geraria aumento na arrecadação, mas não na mesma proporção pleiteado pelo governador. Além disso, o setor produtivo ainda abriria mão dos investimentos obrigatórios em infraestrutura pelo período de dois anos, para que o chefe do Executivo Estadual utilizasse o recurso arrecadado para garantir o equilíbrio fiscal das contas públicas. 

 

O Novo Fethab calcula um potencial anual de arrecadação sobre sete commodities, os quais somados podem gerar uma arrecadação de R$ 1,5 bilhão por ano. O montante é 55% superior ao arrecadado em 2018. No ano passado, somados o Fethab 1 e 2, foram recolhidos R$ 917 milhões. Neste ano, caso a nova proposta seja implementada, a expectativa é arrecadar R$ 1,4 bilhão.