O vereador Sargento Vidal (MDB) criticou os colegas de parlamento que fazem parte da base de apoio do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) na Câmara Municipal, após o líder Marcrean Santos (MDB) e o vice-líder Renivaldo Nascimento (PSDB) estarem ausentes na sessão ordinária desta última terça-feira (27), para prestarem esclarecimentos e deferirem o empréstimo de R$ 139 milhões da Prefeitura de Cuiabá.
No entanto, Vidal também reclamou sobre a falta de ‘vontade’ dos vereadores da oposição em estudar os projetos encaminhados à Casa de Leis, já que todos recebem durante as sessões a ‘pauta de projetos’ que serão votados, e ambas contam com QR Code.
“De certa forma, neste caso, teria que concordar com a posição porque eles têm razão, pois é preciso ter aqui o líder e o vice-líder do prefeito, mas nenhum dos dois comparecem nas sessões. Era para estar aqui como eu estou! Eu chego aqui todos os dias às 7h da manhã e, em dia de sessão, mais precisamente ainda. Sendo assim, aquilo que eu sei explicar eu explico! Agora, eu estou presidindo a sessão, aí na hora da votação surge uma dúvida dos vereadores, não sou eu que tenho que explicar. Até porque todo vereador tem um QR Code onde ele consegue todas essas explicações, mas eles querem barulhar”, disse durante conversa com a imprensa na última terça-feira (27).
O emedebista também criticou a ausência de muitos vereadores durante as sessões para cuidarem da campanha eleitoral.“Eu diria que são as duas coisas. Cada um tem o seu caminhar e o seu modo de fazer uma campanha política, portanto estão correndo atrás de lideranças e acabam chegando somente na hora da votação. Isso atrapalha o andamento da Casa de Leis, então eu acredito que as coisas precisam ser separadas: a campanha e o nosso trabalho na Câmara. Por exemplo, eu nas terças-feiras fico exclusivamente à disposição para cuidar das coisas da Câmara”, expressou.
Empréstimo de R$ 139 milhões:
Em julho deste ano, a Câmara Municipal aprovou, em regime de urgência, o projeto que autoriza o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) a contratar um empréstimo de R$ 139 milhões junto ao Banco do Brasil. Foram 16 votos favoráveis e quatro contra. O valor seria necessário para investimentos em eficiência energética, infraestrutura viária e revitalização do Mercado do Porto.
Entretanto, o Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), por meio do conselheiro José Carlos Novelli, homologou, por unanimidade, a suspensão do empréstimo, alegando a falta de justificativas detalhadas sobre o custo-benefício e o impacto econômico-social da operação. Novelli deu à Prefeitura de Cuiabá o prazo de 30 dias para fornecer os documentos necessários para avaliação da viabilidade do empréstimo.
Vale lembrar que, no início desta semana, o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) emitiu parecer contrário à suspensão da Lei nº 546/2024, que autoriza o empréstimo, argumentando que não foram apresentadas provas de desvio de finalidade ou ato lesivo.