A deputada federal Gisela Simona (UB) criticou no último final de semana benefícios adicionais recebidos por membros do Judiciário e de algumas outras categorias no Brasil.
A declaração chega junto com a notícia polêmica sobre a decisão tomada pelo Conselho Nacional de Justiça de suspender o famoso 'vale-peru' - benefício exclusivo de R$ 10.055 - dados a juízes, desembargadores e servidores do Poder Judiciário do Mato Grosso, autorizado pela presidente do Tribunal de Justiça do Estado, a desembargadora Clarice Claudino da Silva.
Considerado como um valor exagerado pelo CNJ o benefício será devolvido aos cofres por meio de seis descontos durante o ano de 2025.
A notícia ganhou espaço nos principais veículos de comunicação do país. Sobretudo, porque o Tribunal de Justiça de Mato Grosso está entre os tribunais que mais gastam com juízes e desembargadores no Brasil. Dados do CNJ mostram que, em 2023, cada magistrado de Mato Grosso custou em média R$ 116,6 mil por mês. O valor excede o limite constitucional do teto salarial dos servidores, que hoje é de R$ 44 mil, balizado pela remuneração dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
O comentário da deputada ocorreu durante entrevista ao programa A Notícia de Frente, da TV Vila Real.
"O lobby foi muito forte. Vejam que a PEC 45, que tinha o corte de alguns privilégios envolvendo a Magistratura e o Ministério Público, ganhoaram abordagens das duas instituições a praticamente todos os deputados, no sentido de tentar explicar cada uma das despesas que os órgãos têm".
A deputada federal fez questão de frisar que reconhece a importância de cada ente e o papel que executam. Contudo, acredita que o país não suporta mais estes gastos exagerados com os conhecidos 'penduricalhos'.
Ao destacar o momento de dificuldade econômica que o país vive e ressaltar que a categoria já recebe altos salários, robustamente superiores aos que grande parte da população recebe.
"Claro, reconheço a importância de cada ente e o seu papel, mas o país não aguenta mais. Pois já é um privilégio ter um teto constitucional de R$ 44 mil, que não é pouco. Assim, um teto que ao meu ver precisa ser cumprido. Estamos vendo um Judiciário brasileiro com juízes recebendo R$ 200 mil mensais, o que é inconcebível em um país onde o salário mínimo está com um teto congelado".
"Além de um bom salários, têm um plano de saúde com cobertura total além de outros incentivos. E ainda ter auxílios para livros, alimentação e para paletó,é algo que não cabe em um país que é pobre", ainda completou a deputada.