A pré-candidata à Prefeitura de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), assegurou que a implantação do Ônibus de Transporte Rápido (BRT), em andamento em Várzea Grande, não irá resolver oos gargalos existentes no transporte coletivo da cidade. Porque os corredores por onde passarão o modal não atenderão às demandas dos usuários, já que a maioria das pessoas que usam o transporte coletivo moram em bairros mais distantes do centro.
Aliás, para Moretti o BRT em Várzea Grande apenas servirá para levar o cidadão do aeroporto para Cuiabá e vice-versa, assim, longe de resolver, de fato, o problema de mobilidade urbana, especialmente para as pessoas que moram em localidades e bairros mais afastados.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso o trajeto do BRT terão implantados dois corredores, um deles o ônibus sairá do Terminal André Maggi em Várzea Grande, percorrendo as Avenidas Filinto Muller, João Ponce de Arruda, Avenida da FEB, Tenente-Coronel Duarte e Historiador Rubens de Mendonça, até o Terminal do Coxipó. Outro sairá do Terminal do Coxipó e percorrerá as Avenidas Fernando Corrêa e Coronel Escolástico, até o Centro de Cuiabá. E há ainda o corredor entre Várzea Grande e o CPA que contará com três linhas, mas nenhum deles passarão, pelo menos por enquanto, dentro dos bairros.
A declaração da advogada, empresária e pré-candidata foi feita em bate-papo esta semana no Cast do Bom, no estúdio do site O Bom da Notícia.
"O BRT traz as pessoas para Cuiabá. Ele não leva ninguém para o São Mateus, para o Paiaguás, Nova Esperança, Capela do Piçarrão, Bonsucesso, Chapéu do Sol, Capão Grande, São Benedito. O BRT pega o cidadão no aeroporto e leva pra Cuiabá, de Cuiabá deixa no aeroporto", disse.
Para a pré-candidata, algumas medidas que ajudariam a sanar a precariedade do transporte coletivo - que ela computa como deficiente e fonte de numerosas reclamações -, particularmente, para aqueles que precisam se deslocar até Cuiabá para estudos ou outros compromissos, seriam soluções bastante óbvias, como a inserção de mais ônibus. Ou seja a elevação da frota de ônibus em Várzea Grande.
Segundo ela, o cálculo que se faz para se medir a necessidade dos usuários seriam uma média de 100 ônibus a cada 100 mil habitantes. Para Várzea Grande, que possui aproximadamente 300 mil habitantes, faz-se necessário, portanto, minimamente, 300 ônibus. Porém, a cidade tem, segundo Moretti, entre 80 e 90 ônibus circulando.
"O que precisa é o aumento da frota de ônibus. Pela questão de densidade demográfica, da quantidade de pessoas que usam o transporte público de Várzea Grande, seriam necessários 300 ônibus, e tem entre 80 e 90 ônibus andando em Várzea Grande. Seriam 100 ônibus a cada 100 mil habitantes", explica.
Para Moretti, infelizmente, não é só o número de ônibus o problema, há também as linhas de ônibus que devem ser repensadas com urgência, para uma maior efetividade à mobilidade urbana.
"Temos que pontuar que não é só a quantidade de ônibus. Para o transporte público melhorar, nós temos que ter o desenho de realinhamento do trajeto do ônibus. Não adianta um ônibus sair lá do São Mateus, andar 10 bairros para chegar no terminal do centro. Nós temos que ter integrações nos bairros. Esses pontos de integrações viabilizariam a locomoção em Várzea Grande", completou.
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