Mesmo que não tenha se definido, oficialmente, pela sua participação na disputa pela vaga ao Senado, deixada com a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos), pelo Tribunal Superior Eleitoral, em 10 de dezembro do ano passado, a empresária Margareth Buzetti (PP), aceitou participar, contudo, de um encontro com empresários do comércio de Cuiabá e Mato Grosso.
O encontro foi organizado esta semana pela Federação de Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado, para debater com Buzetti as demandas do setor e, em contrapartida, escutar da empresária como poderá ajudar a alavanca-lo no Senado.
Como as rodas de conversa vêm sendo denominada pela FCDL, de Diálogo Político com os Pré-candidatos ao Senado, a participação de Buzetti sinaliza, claro, sua entrada na corrida eleitoral, já que a empresária - ao estreitar as relações institucionais como o setor e escutar suas demandas - revela seu posicionamento de assegurar força nesta disputa, como uma das postulantes ao cargo, em uma eleição já marcada para 26 de abril em Mato Grosso.
Assediada já algum tempo para enfrentar a Senatória, Buzetti já pode ter se rendido ao pedido do ex-ministro Blairo Maggi (do seu partido) que a tem apontado como um dos grandes nomes para vencer esta eleição suplementar. Ainda que corra pela 'raia de fora', dentro da legenda, o nome do deputado federal progressista, Neri Geller.
Diretora administrativa da Buzetti Pneus, Margareth também é presidente da Associação das Empresas do Distrito Industrial de Cuiabá, e assumiu, recentemente, a direção da Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR)
Assediada já algum tempo para enfrentar a Senatória, Buzetti já pode ter se rendido ao pedido do ex-ministro Blairo Maggi (do seu partido), que a tem apontado como um dos grandes nomes para vencer esta eleição suplementar. Ainda que corra pela 'raia de fora', dentro da legenda, o nome do deputado federal Neri Geller.
E se dentro do PP, a empresária pode implodir o sonho de Geller de ser o nome escolhido, o estrago maior pode ficar fora do partido. Pois sua entrada nesta disputa poderá, inclusive, 'embolar o meio de campo' de alguns concorrentes do agronegócio, já que deve receber apoio deste setor e ainda da indústria e do comércio.
Assim, podendo atrapalhar os planos do ex-candidato ao Senado, o social democrata Carlos Fávaro (PSD), terceiro colocado na disputa do ano passado. Mesmo que ele assuma, temporariamente, a vaga de Selma, após decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que concedeu liminar no final de janeiro, para que o ex-vice-governador assuma a cadeira de Selma.
A liminar foi concedida em ação interposta pelo Diretório Nacional do PSD, que estava sob relatoria da ministra do STF Rosa Webber. Com resultados ampliados com a outra ação, esta outra colocada pelo Governo de Mato Grosso, por meio da Procuradoria Geral do Estado.
Buzetti também pode conturbar a vida do vice-governador pedetista, Otaviano Pivetta, um dos maiores empresários de Mato Grosso na área do agronegócio, que neste sábado(15), teve seu nome confirmado pelo PDT, em reunião com pelos menos 50 dirigentes da sigla em Mato Grosso, em encontro organizado no Hotel Fazenda Mato Grosso. Já que vão dividir força e apoio de grandes homens de negócio, no Estado, e das suas instituições como, por exemplo, Aprosoja e Famato.
Diálogo Político na FCDL
No encontro ocorrido em Cuiabá, Margareth Buzetti foi escolhida como a primeira pré-candidata ao Senado a conversar com o setor e fez uma explanação sobre sua vida, sua responsabilidades como empresária, seu trabalho social com jovens e na área da saúde e sua longa atuação como dirigente partidária.
De acordo com o superintendente da FCDL, Denival Bitencourt, o encontro é um ponta pé inicial para o setor começar a pensar na política do Estado de uma maneira diferente. “Temos que ter pessoas que sabem o que é setor produtivo, que tenham propósito", disse ele a Margareth.
Em sua participação, Margareth ressaltou que ter seu nome apontado como um dos nomes que postulam o mandato à senatória, é interessante por lhe dar a oportunidade de apontar ações realizadas no setor produtivo, onde já atua há 35 anos. "Sei muito bem quais as questões e os inúmeros problemas que os empresários enfrentam para continuar produzindo e gerando emprego no Brasil", disse a empresária, ao apontar a necessidade de reformas estruturais para o crescimento do Brasil.
Defendendo que seja realizada, em primeiro lugar, uma reforma administrativa, antes de uma reforma tributária. Como forma de forçar a desburocratização. "Temos que forçar para essa reforma acontecer. Este país tem que desburocratizar para avançar. Os empresários gastam a maior parte de seu tempo tentando vencer a burocracia do que produzindo efetivamente".
Também destacando que somente com o setor produtivo em crescimento será possível gerar emprego e renda no país. "A única forma das pessoas terem autonomia é com emprego digno e isso só se consegue com o crescimento da produção e do comércio. Precisamos gerar emprego e renda especialmente para os nossos jovens".
Frisando que, porém, para alcançar a excelência nesta área há uma necessidade urgente que haja investimentos públicos e privados, na capacitação do material humano, por meio de cursos técnicos, especialmente para a indústria, que tem enfrentado problemas em conseguir mão de obra capacitada.
Cassação de Selma Arruda
A juíza aposentada e senadora Selma Arruda teve o mandato cassado pelo TSE no início de dezembro[10], do ano passado. E decidido - por maioria - a realização imediata de novas eleições pela vacância da cadeira e de seus suplente Gilberto Eglair Possamai e Clérie Fabiana Mendes e a inelegibilidade política de todos por oito anos. Confirmando decisão de abril deste ano, quando por unanimidade o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, já tinha cassado seu mandato.
A decisão foi tomada no julgamento do recurso interposto por empresário do agronegócio, Carlos Fávaro, que nas últimas eleições ficou na terceira colocação no pleito.
A senadora que se filiou ao Podemos no meio do ano de 2019, após desentendimentos no PSL, partido que lhe deu a vitória nas urnas em 2018, teve quase 680 mil votos em Mato Grosso, com uma campanha que teve como mote o combate a corrupção. Conhecida como a 'Moro de saias', a decisão do TSE interrompe, pelo menos por uns bons anos, sua carreira política.
No julgamento do TRE constatou que a candidata e Gilberto Possamai, seu primeiro suplente, omitiram à Justiça Eleitoral expressivos recursos, aplicados inclusive no pagamento de despesas de campanha em período pré-eleitoral, que representariam 72% dos recursos arrecadados pela candidata, caracterizando o abuso de poder econômico e o uso de caixa dois.
Entre as irregularidades apontadas, o TRE destacou que a candidata teria antecipado a corrida eleitoral ao realizar nítidas despesas de campanha, como a contratação de empresas de pesquisa e de marketing — para a produção de vídeo, de diversos jingles de rádio e fotos da candidata, entre outras peças — em período de pré-campanha eleitoral, o que a legislação proíbe. (Com informações da assessoria da FCDL)