A Segunda Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça negou uma nova tentativa do empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, mais conhecido como Carlinhos Bezerra, para suspender a pensão que é obrigado a pagar à mãe de sua ex-companheira, Thays Machado, que ele matou.
Carlinhos Bezerra está preso, respondendo pelo feminicídio qualificado contra Thays Machado e homicídio qualificado contra Willian Cesar Moreno.
O juiz Luiz Octávio Oliveira Saboia Ribeiro determinou o pagamento de pensão de R$ 4,4 mil para Denise Jorge Machado, mãe de Thays. A defesa entrou com embargos de declaração para que fosse revista a decisão de pagamento da pensão. O caso foi julgado sob relatoria do desembargador Sebastião de Moraes Filho em sessão, nesta quarta-feira (13). O magistrado pontuou que os Embargos de Declaração não se prestam para a mera insurgência da parte com relação à decisão impugnada.
“O recorrente está preso, não pode trabalhar e não tem a menor condição de pagar alimentos”, diz trecho do recurso.
Carlinhos já havia apresentado o mesmo argumento, mas, no dia 30 de janeiro, o desembargador Sebastião de Moraes Filho negou liminar e manteve a decisão. Na nova decisão, a Segunda Câmara de Direito Privado voltou a negar o pedido.
Entenda o caso
Thays Machado e Willian Moreno foram mortos a tiros no dia 18 de janeiro de 2023, em frente ao Edifício Solar Monet, quando Thays foi devolver o carro que havia emprestado da mãe para buscar o namorado no aeroporto em Várzea Grande.
Ela foi atingida por cerca de três disparos, dois nas costas e um na altura do quadril, vindo a óbito na calçada do edifício, enquanto Willian, mesmo atingido por cerca de três disparos, um no braço esquerdo e dois no peito, ainda tentou fugir do agressor, mas acabou caindo a poucos metros da namorada.
Câmeras de seguranças mostraram que Carlos Alberto Bezerra 'rondava' o prédio desde o início da semana, o que fez a polícia já trabalhar com a premeditação dos crimes.
Reforça esta tese o Boletim de Ocorrência registrado por Thays ainda no dia de sua morte, uma ligação para o 190 ainda na madrugada do dia 18 de janeiro para denunciar que estaria sendo perseguida pelo ex-companheiro, além dos vários comentários feitos à família que vinha sendo ameaçada de morte. Este já seria o segundo BO.
Ainda no dia dos assassinatos, dezenas de mensagens postadas nas redes sociais, descreviam Thays como uma pessoa querida, alegre e de bom coração. Alguns, mais próximos à vítima, lembraram de que ela 'foi uma mãe incrível, uma excelente profissional e um ser humano de coração gigantesco'.