Nesta sexta-feira, 13, acontece o lançamento de Golpe de Vista, o novo livro de contos de Eduardo Mahon. É o trigésimo livro do autor que celebra o marco entre amigos, escritores e críticos literários.
Dessa vez, a obra tem a capa assinada pelo artista Marcos Guinoza, de São Paulo, e apresenta duas dúzias de contos inéditos, curtos e inquietantes. Narrando situações cotidianas que, repentinamente, tornam-se esdrúxulas, os textos transitam por gêneros limítrofes: estranho, absurdo, fantástico. O livro foi editado pela Carlini & Caniato Editorial e revisado por Cristina Campos.
O conto homônimo que dá título ao livro Golpe de Vista trata do infortúnio de Azeredo que, depois da separação, decide construir uma casa no condomínio nobre da cidade. Uma vez finalizada a obra, a personagem tem a impressão de que os cômodos sofrem bruscas alterações de tamanho e vivencia o tormento da incerteza.
Mahon explica o conceito central da obra: “A modernidade não suporta o imprevisto. Mas a vida não segue modelos cartesianos e a literatura como expressão artística é repleta de dúvidas, alegrias e frustrações”.
Outros episódios insólitos chamam a atenção do leitor como, por exemplo a história de um edifício em que os apartamentos vão desaparecendo e os condôminos se veem acuados no térreo. Em Golpe de Vista, há contos que possivelmente despertem polêmicas porque desestabilizam a noção convencional de ética. Questionado sobre o aspecto social de alguns textos, contrários à onda do politicamente correto, o autor informa que “a perspectiva importa tanto quanto o tema e, por isso, a provocação suscita tanta análise ao longo do tempo. O eventual desconforto do leitor causa reflexão sobre a própria realidade”.
Golpe de Vista foi produzido em formato especial. Ramon Carlini informa que a escolha editorial proporciona não só durabilidade ao volume como conforto na leitura. “Trata-se de um livro para quem gosta de livros e, por isso, caprichamos tanto”, informou. Para 2025, a editora pretende produzir uma versão bilíngue inglês/português para circular fora do Brasil.
Eduardo Mahon é advogado, foi presidente da Academia Mato-grossense de Letras, faz parte do Instituto Histórico e Geográfico, já foi selecionado pelo PNLD do Ministério da Educação e premiado em diversos editais públicos. Editou por 5 anos a Revista Literária Pixé e, mais recentemente, o escritor circulou por inúmeras escolas mato-grossenses com os 10 títulos da coleção Contos Estranhos.
Quanto ao próximo livro, Mahon promete para daqui 3 anos: “Será um romance que estou amadurecendo há algum tempo”. O tema? Ele prefere manter em segredo.