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ESPORTES Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020, 14:55 - A | A

Segunda-feira, 16 de Novembro de 2020, 14h:55 - A | A

A ausência de torcida muda a maneira de jogar futebol?

Pesquisas mostram que desempenho dos times podem mudar na atual configuração

O Bom da Notícia

A natureza imprevisível e sem precedentes dessa pandemia do novo coronavírus teve um impacto significativo não apenas em nossas vidas, seja na esfera cultural, econômica ou social, mas também no futebol, o esporte mais assistido do mundo. Houve um tempo, não muito tempo atrás, em que Anfield (estádio do Liverpool) ou Santiago Bernabeu (estádio do Real Madrid) tremiam com gritos ensurdecedores, assobios e vaias durante os jogos dos campeonatos nacionais ou das partidas da Liga dos Campeões da Europa.

No Sports Domain Lab, análises e comentários sobre esportes podem ser encontrados facilmente. Esse cenário mudou.

Entidades mundiais estão proibindo a entrada da torcida nos estádios para evitar a disseminação do novo coronavírus Onde não se pode garantir o distanciamento social, aglomerações são evitadas a todo custo, e esse é o contexto das arquibancadas vazias.

Com isso, é possível escutar o que jogadores e treinadores falam dentro do campo. O silêncio durante essas partidas de futebol tem sido uma prova do 'novo normal' e sem dúvida transformou a experiência de visualização dos espectadores. Mas a falta de torcedores nos estádios apenas afetou nossa experiência de assistir aos jogos ou teve ramificações mais profundas no próprio jogo?

A análise de dados das partidas de futebol nos últimos meses revelou algumas percepções interessantes sobre o impacto dos estádios vazios no jogo. Para times em toda a Europa, a porcentagem de vitórias dos times mandantes caiu de 45% para impressionantes 33%. Essa queda coincidiu com uma queda acentuada na média de gols por jogo, de 1,74 para 1,43. O número de chutes por jogo diminuiu 10%, assim como a qualidade dos chutes.

Taticamente falando, a ausência das torcidas aumentou a média de passes feitos por um jogador em até 16 por jogo, e eles começaram a optar por passes mais táticos em vez de movimentos mais arriscados, levando a partidas muito mais envolventes e tecnicamente competitivas.

Em um primeiro momento, dirigentes e jogadores ignoraram a ausência da torcida como um fator preponderante para as partidas. Agora, clubes estão investindo em caixas de som e alto falantes para que sons das arquibancadas motivem os jogadores dentro de campo. No entanto, para o jogo que continuou por mais de um século da mesma maneira, para o esporte que é definido não apenas por brilhantes atletas em campo, mas também pelos torcedores nas arquibancadas, tudo ganhou outra dimensão.