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CIDADES Quinta-feira, 20 de Setembro de 2018, 15:03 - A | A

Quinta-feira, 20 de Setembro de 2018, 15h:03 - A | A

DOENÇA FATAL

Câncer de intestino tem taxa de mortalidade de 45%

Assessoria

O câncer de intestino ou colorretal é um dos mais frequentes na população brasileira e já é o segundo mais incidente entre as mulheres e o terceiro entre os homens, sendo a segunda causa mundial de óbito por câncer: 45% das pessoas diagnosticadas com a doença morrem.   

 

Para mudar esta realidade é preciso, além de uma mudança de hábitos alimentares e de estilo de vida, deixar o preconceito de lado e realizar exames para um diagnóstico precoce e prevenção. “Sim, o câncer do intestino pode ser prevenido!”, alerta o médico oncologista Gilmar Ferreira do Espírito Santo.   

 

O especialista explica que o câncer colorretal é aquele que acomete intestino grosso (cólon) e o reto. Considerado raro, existe também o câncer no intestino delgado (fino). Apesar da alta taxa de mortalidade, o oncologista destaca que, na maioria dos casos, é curável ao ser detectado precocemente.   

 

“É uma doença que evolui silenciosamente durante uma boa parte do tempo. Demora cerca de 10 anos para se tornar um câncer invasivo, surgindo na maioria das vezes a partir de pólipos (lesões benignas dentro do intestino), havendo, portanto, tempo suficiente para a remoção, evitando que se transformem em câncer”.   

 

Para o diagnóstico é necessário a realização de dois exames: pesquisa de sangue oculto nas fezes e, principalmente, a colonoscopia. Neste segundo, durante o próprio exame é possível fazer a retirada dos pólipos. 

 

“São exames de rastreio em pessoas a partir dos 45/50 anos de idade. Se há sangue oculto nas fezes é preciso investigar. Pode até ser outra doença, como verminose, mas é sempre preciso descartar o câncer”.   

 

Mas por que não se faz este exame em todos os pacientes como um procedimento corriqueiro? Um dos motivos é o preconceito, pois é um exame feito pelo reto. Outro que não é tão simples, exige uma preparação por parte do paciente e serviços estruturados, acarretando um valor agregado maior ao procedimento, que é totalmente ambulatorial. 

 

Para se ter uma ideia, as pessoas que necessitam deste exame pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegam a demorar mais de um ano para conseguir realizar o procedimento, mesmo em casos suspeitos. Já os planos de saúde cobrem o custo.   

 

Para tentar melhorar os índices de diagnóstico precoce, é preciso também que os médicos fiquem atentos aos fatores de risco dos pacientes e passem a incluir a colonoscopia nos exames de rotina para pessoas acima de 50 anos ou antes em pessoas com história familiar de câncer de intestino. Além da idade, que está diretamente ligada ao aparecimento deste tipo de câncer, tem também a questão dos hábitos alimentares e estilo de vida.   

 

O especialista destaca que a alimentação com elevada ingestão de carnes vermelhas e processadas, frituras, gorduras saturadas, além do álcool, obesidade e sedentarismo são fatores de risco que devem ser considerados no caso do câncer de intestino.   

 

Como prevenção, adotar uma dieta rica em fibras, composta de alimentos como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, grãos e sementes, evitar o consumo de álcool, praticar atividade física regular são algumas ações que podem ajudar.   

 

Quando diagnosticado, o tratamento depende da localização do tumor. Gilmar explica que no caso do câncer no cólon a cirurgia ainda é o principal procedimento a ser realizado inicialmente. Já no reto, a radioterapia e quimioterapia são mais indicadas antecedendo a cirurgia. O médico destaca que é possível o paciente ter uma vida normal após o tratamento.  

 

“O que ele tem de saber é que o câncer de maneira geral depende de uma abordagem multiprofissional. Em qualquer tipo de câncer o primeiro tratamento é decisivo na vida do paciente. É preciso fazer uma avaliação adequada e seguir corretamente o planejamento feito pelo médico”, ressalta.