Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (18), a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), decidiu que irá aderir à paralisação nacional no dia 18 de março, marcado como um Dia Nacional de Luta em Defesa da Educação.
No encontro, os docentes aprovaram um indicativo de greve, que ainda deve ser discutido em assembleia marcada para os dias 14 e 15 de março, onde será tratado sobre a data oficial do movimento que promete parar por tempo indeterminado. Durante a assembleia, os docentes também debateram sobre o aumento dos roubos na UFMT, a invasão no Hospital Veterinário por dois dias seguidos, avaliando que isso seria resultado dos cortes de recursos que forçaram a redução do número de seguranças na instituição.
O coordenador geral, Aldi Nestor de Souza, destacou o apoio da entidade às mobilizações de trabalhadores de diversas categorias, como servidores da Petrobras, que já estão em greve há 18 dias; os professores da rede municipal de ensino de Várzea Grande, que decidiram iniciar a greve nesta terça-feira (18); além dos estudantes do Nilo Póvoas que estão ocupando a escola pela segunda semana.
“Parece que nós estamos nos desmanchando. Quando um ministro chama os servidores de parasitas eu fico me perguntando o que falta para alguém abrir a boca pelo menos para xingar. Não é possível!”, disse a professora Marluce Silva.
Assim como ela, a professora Alair Silveira afirmou que o esvaziamento dos espaços políticos é ainda mais grave do que os ataques. “Nós nos questionamos o tempo todo sobre o que fazer para que os colegas saiam efetivamente dessa inércia, dessa apatia. Alguns questionam a greve como ferramenta de luta, dizem que é uma tática superada, mas não conseguem trazer nada que seja mais efetivo. Nós temos que pensar por que, então, os franceses barraram a Reforma da Previdência da França. Por que Piñera terá de chamar nova constituinte no Chile? Por que Âñes terá de chamar novas eleições na Bolívia? Nós temos de fazer essas perguntas. Se nós ainda temos universidade é porque houve greve, porque estamos há 30 anos resistindo. A gente tem de ir para o enfrentamento e aprender com a história”, destacou a professora Alair.
Além disso, os docentes também registraram que as atitudes da Reitoria da UFMT não é coisa menor, pois a administração tem se empenhado para atender todos os desmandos do Executivo, inclusive atropelado os conselhos universitários de forma sistemática. Com relação à greve por tempo indeterminado, há a compreensão de que em 2020 ela será tão dura quanto necessária, com a possibilidade inclusive de corte de ponto dos servidores entre outras retaliações.