O vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Estado (Sindimed), Givaldo Alves, denunciou nesta sexta-feira (16), a falta de medicamentos básicos no Pronto-Socorro de Cuiabá. Conforme Gilvaldo, faltam até compressas que é algo que dificulta a realização de cirurgias.
As declarações foram dadas durante entrevista ao Jornal do Meio Dia desta sexta-feira.
“Estão faltando materiais básicos, como compressa cirúrgicas. Claro, há materiais mais caros que estão faltando, mas compressa cirúrgica é inaceitável, pois aí não tem como fazer cirurgia. Muitas cirurgias, aliás, foram canceladas por causa das condições e pela falta de materiais básicos”, disse o sindicalista.
O sindicalista também fez duras críticas ao secretário municipal de Saúde, Luiz Antônio Pôssas, rebatendo declarações recentes do gestor que disse que não havia falta de insumos na unidade hospitalar.
“O que a gente percebe pela fala do secretário é que ele deve estar falando de outro pronto-socorro porque o nosso, o de Cuiabá, a falta de materiais tem sido uma constante. É uma rotina para os profissionais e, assim, vive-se um estresse muito grande. Faltam medicamentos, além de materiais essenciais para que se faça uma boa medicina. Então, isso causa um estresse muito grande. O prejuízo é enorme e as sequelas já estão acontecendo, na ortopedia, na UTI, nas UTIs Neonatal e pediátrica. Nós recebemos uma denúncia de falta de medicamentos fundamentais, que não são de alto custo, mas que são fundamentais”, disse.
Em 22 de abril, Cuiabá recebeu o ministro de Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). Servidores afirmam que o prefeito de Cuiabá (MDB), para causar boa impressão retirou pacientes do Pronto Socorro do corredores da unidade hospitalar. “O prefeito tem que buscar resolver isso de forma definitiva. Não maquiando, não tirando paciente de corredor e colocando num deposito. A enfermaria que fizeram para colocaram esses pacientes é um depósito. Não tem entrada de luz, não tem ventilação, tem 20 pacientes em macas. Maquiagem. Não tinha ninguém corredor, mas estavam todos amontoados em depósito”, denuncia.
Outra polêmica
Recentemente, um aparelho que faz a esterilização dos materiais utilizados nas operações eletivas no Pronto-Socorro quebrou e precisou passar por conserto. Por conta disso, todas as cirurgias eletivas que estavam marcadas em 16 de abril foram canceladas.
O vereador Abílio Júnior (PSC), junto com outros quatro parlamentares que fazem oposição ao prefeito emedebista [Dilemário Alencar (Pros), Felipe Wellaton (PV), Marcelo Bussiki e Diego Guimarães (PP)] já haviam denunciado a falta de materiais na unidade hospitalar.
Os parlamentares tentaram fazer vistoria no Hospital, mas foram barrados pelo secretário de Ordem Pública de Cuiabá, coronel Leovaldo Sales. Segundo eles, por ordem do prefeito Emanuel Pinheiro. Eles registram Boletim de Ocorrência na Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Outro lado
O Bom da Notícia procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde para se manifestar sobre o assunto. Por meio de nota, a pasta informou que em relação às denúncias de falta de medicamentos e insumos no Pronto Socorro, teria sido realizada uma grande aquisição que estão sendo entregues paulatinamente. Diz ainda que na Capital não há fábricas de medicamentos e insumos. Assim, após todo o trâmite burocrático para a aquisição ser finalizado, o material é enviado para as distribuidoras para que elas enviem para Cuiabá, o que é feito por meio de caminhões.
Veja a nota na íntegra
Em relação às denúncias de falta de medicamentos e insumos no Pronto Socorro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa:
-Foi realizada uma grande aquisição de medicamentos e insumos, que está sendo entregue paulatinamente.
-Em Cuiabá não há fábricas de medicamentos e insumos. Depois que todo o trâmite burocrático para a aquisição é finalizado, o material é enviado para as distribuidoras para que elas enviem para Cuiabá, o que é feito por meio de caminhões.
-Nesta semana chegaram dois caminhões de produtos e na próxima semana chegarão mais carregamentos.
-Para suprir as necessidades mais urgentes, foram feitas aquisições com distribuidores locais para abastecer o Pronto Socorro enquanto todos os carregamentos não chegam.