A Polícia Civil descobriu após perícia no celular de Luciana Aparecida da Silveira, 32 anos, encontrada morta asfixiada, na última quarta-feira (10), em um quarto de hotel, em Várzea Grande, mensagens que podem comprovar que o crime foi premeditado pelo ex-companheiro.
Daniel Domingos Mendes, 39 anos, que também morreu, após se enforcar com uma corda, teria atraído a vítima com mensagens amorosas e ilusórias. O casal viveu junto dois anos.
Imagens repassadas pela Polícia Civil, mostram Daniel em três cenas, e Luciana em duas. Primeiro, na recepção, ele pega o quarto para uma das atendentes. Em seguida, o casal é visto pegando a chave do quarto e por fim, aparecem no pátio do hotel. [vídeo no final da matéria]
Segundo o delegado Cláudio Alvares Sant’ana, da Delegacia de Defesa da Mulher, Luciana - que possuía três medidas protetivas contra o homem - foi ouvida no último mês de junho, onde pediu - de forma espontânea - a retirada das medidas protetivas contra Daniel.
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Apesar de decisões como da diarista, o delegado assegura que a culpa do feminicídio não deve ser atribuída à vítima, que muitas vezes até por pena ou com o objetivo de tentar reconstruir o relacionamento, aceita conviver novamente com o agressor. "Este tipo de crime faz parte de um círculo de violência que não acaba. As agressões sempre vão evoluir, até acabarem no feminicídio", disse o delegado.
Houve relação sexual
As investigações da Polícia Civil dão conta que Luciana manteve relação sexual com o assassino, pouco antes de morrer. Segundo a delegada Eliane Moraes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a vítima estava vestida e coberta. Porém, vestígios indicam que a vítima manteve relação sexual com o assassino, antes de ser morta. No quarto havia camisinha e sêmen de Daniel.
A polícia acredita que a mulher foi assassinada no momento em que se negou a retomar o relacionamento.
Atraída à morte
Na última segunda-feira (8), dia da morte, Daniel insistiu para que Luciana aceitasse vê-lo mais uma vez. Por volta das 10h45, a vítima deixou a casa no bairro El Dourado, em Várzea Grande, saindo sem levar o celular.
Segundo a polícia, o encontro seria em um motel, porém, Daniel a convenceu a ir para o Hotel Trevo, onde já havia atuado lá fazendo pinturas.
Já de acordo com os funcionários do hotel, nenhum barulho foi ouvido enquanto o casal estava junto. A polícia acredita que Luciana morreu estrangulada na segunda-feira (8), já que o corpo, quando encontrado na quarta-feira (10), estava em avanço de decomposição.