Quarta-feira, 08 de Maio de 2024

BRASIL & MUNDO Sábado, 08 de Dezembro de 2018, 12:26 - A | A

Sábado, 08 de Dezembro de 2018, 12h:26 - A | A

CONVERSA COM BIAL

Mulheres relatam abusos sexuais do médium João de Deus durante atendimentos espirituais

G1 Goiás

Dez mulheres relatam terem sofrido abusos sexuais do médium João de Deus durante atendimentos espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia, em Goiás. As histórias foram reveladas no programa Conversa com Bial desta sexta-feira (7). Clique aqui e veja a entrevista completa que foi ao ar no programa "Conversa com Bial"

 

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, João de Deus afirma que "rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos" (leia na nota completa no final desta reportagem).

 

João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, é famoso pelos atendimentos e cirurgias espirituais que faz desde 1976, em Abadiânia, uma cidade com menos de 19 mil habitantes. A Casa Dom Inácio de Loyola recebe até 10 mil pessoas por mês – a maioria, estrangeiros. Os relatos sobre as curas obtidas pelo médium, incorporando entidades, se espalharam pelo mundo.

 

"Não se trata de questionar os métodos de cura de João de Deus, muito menos a fé de milhares de pessoas que o procuram. Estamos apenas dando voz a mulheres que se sentiram abusadas sexualmente pelo médium", disse Pedro Bial durante o programa.

 

Apenas uma das mulheres ouvidas por Bial, Zahira Leeneke Maus, uma coreógrafa holandesa, aceitou se identificar. Outras, todas brasileiras, preferiram não mostrar o rosto, por sentirem medo e vergonha.

 

Zahira fez recentemente uma denúncia pública no Facebook, quatro anos após ter sofrido a violência sexual. "Eu sei que tenho sido criticada: 'Por que você está vindo com a sua história, se ele está curando milhares de pessoas?' E essa é uma das razões do porquê eu não disse nada.

 

Porque se fosse só eu, eu que engula, porque ele está curando milhares de pessoas, certo? Mas agora eu sei, ele está abusando de centenas de mulheres e meninas", afirmou Zahira.

 

Depois da publicação na internet, ela começou a ter contato com outras mulheres que diziam ter passado pela mesma situação.