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AGRO & ECONOMIA Quinta-feira, 06 de Dezembro de 2018, 15:37 - A | A

Quinta-feira, 06 de Dezembro de 2018, 15h:37 - A | A

MERCADO DE TRABALHO

Enquanto em Cuiabá o emprego caiu, no interior o agronegócio sustentou a oferta de trabalho e a renda

Da Redação

Número de pessoas ocupadas reduziu 5,61% em Cuiabá entre 2012 e 2017. No período, 16 mil pessoas perderam a ocupação, que contabilizava 285 mil trabalhadores nos mercados formal e informal em 2012 e caiu para 269 mil no ano passado. No mesmo intervalo, o volume de pessoas ocupadas cresceu, de 1,451 milhão em 2012 para 1,548 milhão em 2017 (6,68%) em Mato Grosso.

 

A renda, por outro lado, caiu em ambos os recortes, com queda de 1,26% no Estado e de 12,45% na Capital. Os dados são da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (5). Valdecir de França, 40, está trabalhando há cerca de 6 meses como auxiliar de serviços gerais de maneira informal. Antes disso, ficou desempregado por 9 meses, após perder o emprego de promotor de estoque em um supermercado. 

 

“A busca (por emprego) foi triste, porque tenho família. A gente come, bebe e fica complicado, mas graças a Deus tivemos força e fazendo um biquinho aqui e outro ali vamos conseguindo vencer. Sempre trabalhei de carteira assinada, no momento estou sem, mas já distribuí muitos currículos, estou buscando e correndo atrás”. 

 

Segundo ele, a renda encolheu no período, de R$ 1,2 mil quando tinha emprego formal para cerca de R$ 1 mil. Essa é a realidade de muitos trabalhadores, de acordo com a pesquisa do IBGE. Em Mato Grosso, o rendimento médio das pessoas ocupadas era de R$ 2,065 mil em 2012 e caiu para R$ 2,039 mil no ano passado, baixa de 1,26%.

 

Já em Cuiabá, a renda média encolheu 12,4%, de R$ 2,490 mil em 2012 para R$ 2,180 mil em 2017, perda de R$ 310. Jonil Vital de Souza, economista, explica que essa baixa é resultado da retração da economia dos últimos anos, que reduziu a oferta de trabalho e os salários.

 

“No interior, o agronegócio cresceu, o que ajudou a segurar a renda. Mas, Cuiabá depende muito dos setores de Comércio e Serviços, que sofreram mais o impacto da crise e isso refletiu em queda na renda”. Considerando gênero e raça, a renda caiu entre quase todos os trabalhadores. Cresceu apenas entre mulheres (6,16%) e pretos e pardos (4,7%) no Estado. Para a economista Luceni Grassi, esse resultado indica que está ocorrendo redução nas desigualdades. 

 

“É um indicador positivo, que demonstra que está começando a igualar a renda. Significa que os negros, por exemplo, estão se inserindo em cargos com maior capacidade técnica. É um reflexo da inserção de pessoas negras nas universidades, que saem e conseguem competir no mercado de trabalho e ter renda melhor”.